Sobre a lei seca


Paulo Pezzi
Para iniciar essa nossa conversa, quero dizer que a bebida é uma doença incurável, progressiva e de término fatal.
É difícil encontrar uma pessoa que nunca tenha bebido, seja em qualquer for a fase da vida, porém, foi necessário criar a lei seca, que na minha visão, mais uma vez só vai valer para os menos favorecidos, os mais pobres, esses que não têm condição financeira de pagar as multas imputadas para quem for pego em uma blitz.
Aqueles com uma condição melhor certamente terão seus dilemas resolvidos, terão a pena relaxada, pagarão qualquer valor, terão seus veículos de volta e ainda por cima sairão rindo da cara das autoridades.
O pobre não possui essa condição, será preso, o carro recolhido ao pátio do depósito, que posteriormente irá a leilão, será sucateado e nunca mais retornar às mãos do seu proprietário.
Os pátios dos Detrans ou depósitos franqueados pelos mesmos estão entupidos de carros apreendidos por todos os motivos possíveis.
Para que tenhamos igualdade de condições, ricos e pobres, sugiro que uma pena alternativa seja pensada, pelo menos para aqueles que não tenham as condições de saldar seus débitos. As multas para quem for pego na lei seca é pesada e muitas vezes têm consequências irreversíveis, mas vão continuar acontecendo pois muitos acreditam que podem se safar e que ‘não dá nada’.
Acho que palestras semanais junto às entidades de alcoólatras anônimos por um período nunca inferior a seis meses seria uma boa solução, a grande maioria dos flagrados adquiririam conhecimento suficiente para de uma vez por todas, se livrar dessa mazela chamada alcoolismo.
Alcoolismo este que não só prejudica o trânsito, como também famílias inteiras.
Acho que seria de bom tom as autoridades pensarem, que antes de multar, é preciso reabilitar as pessoas, ajudar no tratamento, ou seja, atacar a causa e não a consequência.
É muito fácil emitir cada vez mais talões de multas e engordar o caixa do estado com multas, leilões de carros deixados nos depósitos Brasil afora, dinheiro arrecadado que ninguém sabe onde será aplicado. Não podemos ser hipócritas e corroborar com tudo o que nos é imposto.
Certamente os pensadores tenham as soluções para tantos problemas ou pelo menos acreditam que algumas teses possam dar resultado. Na teoria é muito bom, é prático simplesmente criar leis que doam no bolso da pessoa infratora, sem se importar com os resultados realmente eficazes que possam solucionar de vez o problema de consumir álcool e dirigir.

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