Dois jurados, emoções distintas


CAXIAS DO SUL - A Festa Nacional da Uva inovou em algumas coisas para a edição 2012, no que tange à escolha das soberanas, merecidas homenagens àqueles que fazem desde sempre a alegria e a integração entre os povos da cidade e região serrana. No seu casting de jurados, dois nomes chamam a atenção pela oportunidade recebida e pelo envolvimento com a própria Festa da Uva.
Adenilton Borges Almeida, um baiano de Salvador/BA radicado em São Paulo há 15 anos e que por essas contingências do destino, veio ter com a festa maior da serra gaúcha. Mas ele não se diz deslocado ou um peixe fora d’água, pelo contrário, é um conhecedor das coisas que acontecem aqui e acompanha, mesmo que de longe o desenrolar de todo o evento.
“Primeiro a satisfação de estar representado a raça negra e a responsabilidade de fazer parte de algo tão grandioso. Conheço a Festa da Uva e mesmo distante, acho muito emocionante a forma com que tudo é feito. Me sinto muito feliz, e por conhecer o restante dos jurados, também, tenho a certeza, facilitará muito o meu papel na noite de sábado principalmente, já que o evento propriamente dito já começa bem antes com a avaliação e entrevista sobre conhecimento com as meninas”, pontua, salientando que pelo fato de ser negro, em nada atrapalha a convivência com as pessoas daqui, com suas fortes raízes italianas. “Aprendo com facilidade a conviver com todos de forma tranqüila sem polemizar ou valorizar em demasia coisas sem importância, graças a Deus nunca tive nenhum problema de convivência. Quanto a minha expectativa, quero comprovar de perto tudo o que vi e ouvi sobre Caxias do Sul. Espero que possamos escolher a mais qualificada para representar bem a cidade, agregando conhecimento e beleza. Acredito que vou levar para o resto da vida esta experiência. Edenilton atua na TAM Viagens como Representante Comercial de Franquias.
Por outro lado, Margaret Trevisan está inserida no contexto da Festa da Uva efetivamente desde 1972, quando foi a Rainha. Pouca coisa mudou, continua sentindo as mesmas emoções e carinho, desde o dia em que foi escolhida Soberana até os dias de hoje, pois o tema deste ano aborda um aspecto muito especial. Foi a partir de 1972, no seu reinado que a televisão brasileira passou a transmitir em cores toda a sua programação.
Para Margaret o que diferencia a Festa da Uva dos dias de hoje para o longínquo 1972, é a preparação recebida pelas postulantes ao título maior do evento. “Esta sem dúvida é grande, pois naquele ano em que fui eleita a Rainha, o início de tudo se dava com a convocação das meninas (fui representante do Recreio da Juventude), tínhamos apenas quinze dias para toda uma preparação, não éramos desinibidas como hoje, os acessos eram mais raros, ainda havia o rigorismo dos pais. Lembro-me que tivemos um desfile ao ar livre no RJ para a comunidade com vestido de gala. O concurso elegeu uma Rainha e quatro princesas naquele ano. Depois disso, fomos preparadas para representar e mostrar a cidade para o Brasil e também em alguns países da América do Sul como Argentina e Uruguai.

FOTO DIVULGAÇÃO FESTA NACIONAL DA UVA
Foi importante tudo isso pelo próprio momento brasileiro, estivemos em Brasília convidando o Presidente da República da época, o Emílio Garrastazu Médici, a todas as emissoras de televisão pela novidade da cor, às rádios e principais jornais da época, hoje alguns já extintos”, falou emocionada a sempre Rainha Margaret Trevisan. “Estou muito feliz de estar inserida de alguma forma na nossa festa maior, mesmo que no júri, me sinto como se estivesse desfilando novamente e muita coisa me vêm à memória nesse instante. Desejo sinceramente que a escolhida ressalte as coisas da nossa terra com a mesma dedicação que todos tiveram desde a primeira festa”, finaliza. (FOTOS PONTO INICIAL).

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