Fazer o trabalho que precisa ser feito

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Fone de ouvido, mochila nas costas. Lá vai a Kely para mais um dia de trabalho..
REPORTAGEM ESPECIAL - Trabalho é trabalho, não interessa qual a sua atividade ou o tipo de serviço que você realiza. O ideal é que haja beleza em tudo aquilo que fores realizar. A partir do momento em que você chega ao seu local de trabalho e se depara com as rotinas às quais está acostumado a realizar, não existe preconceito, nada pode ser mais importante do que cumprir com determinação a carga horária.
Todo esse lead acima para falar de uma atividade fundamental nos dias atuais, porque envolve o meio ambiente, a cultura das pessoas e desmistifica o ato de limpar ruas, parques e praças.
A reportagem do Ponto Inicial foi às ruas e conseguiu falar com alguém que faz isso sem se descuidar da feminilidade, sabendo que a sua atividade é importante e tem o reconhecimento da grande maioria das pessoas.
Kely da Silva Santos realizou o concurso para Coletora e trabalha na CODECA, Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul há dois anos e que desde que iniciou até hoje, já tem um olhar diferente sobre a atividade desempenhada. O que para alguns é demérito para ela é trabalho, assim como outro qualquer.
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“Não sinto que exista preconceito com relação ao trabalho que faço. Atuo na área central de Caxias, recolho o lixo das lixeiras espalhadas por todos os lugares.
Quando eu decidi fazer o concurso, confesso que não tinha a visão que tenho hoje, pensava mais nas condições que a empresa me daria, a carga horária e o salário que eu receberia no final do mês.
Com o passar do tempo a gente vai adquirindo consciência sobre as coisas, cria hábitos saudáveis como cuidar da limpeza, mostrando o exemplo a outras pessoas. Acredito que hoje a cidade esteja mais aparelhada com maior número de lixeiras e avisos informativos visíveis que funcionam também como inibidores. Claro que houve uma evolução conjunta, das pessoas e também do poder público que atende melhor a necessidade de dar condições para a população exercer a sua cidadania. Cuidar das praças, das calçadas não jogando lixo no chão deve ser um dever de todos e não apenas do poder publico”
Essa atividade é muito importante e estou inserida em todo um contexto que é a conscientização para a preservação do meio ambiente através da reciclagem dos resíduos”.
- Existem aqueles que cuidam e outros que não têm a consciência.
“As pessoas que mais cuidam são aqueles que possuem um grau de informação maior e entendem essa importância de não jogar lixo no chão. Os que menos cuidam são exatamente as pessoas que não possuem muita cultura. Os moradores de rua e os fumantes de um modo geral são aqueles que mais fazem das calçadas ou canteiros suas lixeiras particulares”.
- É preciso muita força de vontade e preparo físico.
“Realmente não é fácil se deslocar num perímetro grande como é o centro de Caxias. No início eu estranhava um pouco pois era muito cansativo, mas a gente vai se acostumando. Hoje sempre que posso faço academia, cuido um pouco de mim para poder suportar essa responsabilidade que é desempenhar bem o meu trabalho”.
- As pessoas aceitam bem o meu trabalho.
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Se deslocar entre o centro da cidade e o centro administrativo diversas vezes por dia, não é mais problema para ela…
“A grande maioria respeita aquilo que a gente faz, elogia bastante e nos motiva para continuar fazendo bem feito. Hoje estou acostumada a percorrer o trajeto e nenhuma dificuldade faz com que eu tire o foco. Aprendi que trabalho é trabalho, seja qual for aquele que a gente faz, devemos fazer com alegria e satisfação”.
- Também temos que ter aspirações na vida.
“Conclui o Ensino Médio, farei o ENEM e se Deus quiser, uma faculdade de Administração, um sonho acalentado. Depois disso, vamos trabalhar de maneira autônoma. Eu e meu esposo possuímos uma van que realiza serviços na saída das empresas. No futuro pretendo ajudar a administrar. Sei que pode demorar um pouco, mas até lá a gente vai trabalhando e adquirindo experiência para o que vem a seguir”.
Kely, 24, é casada, tem um filho de dois anos e nas horas de ‘folga’ é uma pessoa normal que tem todas aquelas atribuições de uma dona de casa. Ela é natural de Caxias do Sul e antes de trabalhar na CODECA, era balconista de loja de departamento. (Texto e foto Laudir Dutra).

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