CAXIAS DO SUL - A deputada Marisa Formolo (PT) participou, na noite (19/05), na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul, da audiência pública conjunta da Assembleia Legislativa e do Legislativo caxiense para tratar do processo de tombamento da antiga Metalúrgica Abramo Eberle SA (Maesa). Durante o encontro, que reuniu líderes comunitários, pessoas ligadas aos movimentos sociais e culturais da cidade, representantes do governo do Estado e município, a parlamentar defendeu a manutenção do patrimônio histórico e cultural e que a Prefeitura de Caxias do Sul aloje no local todas as secretaria que hoje pagam aluguel.
A deputada lembrou que o Estado tem manifestado reiteradamente o interesse em negociar a área com o município. “Intermediei diversas reuniões entre representantes dos movimentos sociais e culturais com a Procuradoria Geral do Estado e a Secretaria da Administração e Recursos Humanos do Estado e o governo estadual sempre manifestou disposição em achar uma solução para preservar o patrimônio, cedendo parte da área, mas é preciso haver uma contrapartida do município e a assinatura por parte do prefeito do termo de tombamento da área, já recomendado pelo Conselho Municipal do Patrimônio Histórico, Cultural e Artístico (Compahc)”, sustentou, lembrando que a participação do diretor de patrimônio da SARH, Raul Tavares, na reunião com o prefeito e secretários na manhã de segunda-feira e, à noite na audiência pública, é um indicativo dessa disposição política.
Para, Marisa, a preservação da Maesa é fundamental, para a preservação da história do trabalho e em respeito à memória de milhares de trabalhadores que deram a vida e ajudaram a fazer o desenvolvimento econômico e cultural de Caxias. “Vou lutar até o fim para que este espaço seja preservado e transformado em um espaço público, de utilização dos movimentos sociais, grupos de pacientes e que nele seja construído um memorial do trabalho e museu do trabalhador, pois muita gente passou a vida dentro desta fábrica e ajudaram a construir essa cidade, a grandeza do setor metalomecânico e a cultura de seu povo”.
Como encaminhamento da audiência, a parlamentar sugeriu que o governo municipal relacione todas as secretarias que hoje ocupam prédios alugados para se ter uma ideia de quanto os cofres públicos economizarão em aluguel se a Maesa for transformada em espaço público e passe a reunir todas as secretarias hoje sem prédio próprio. “Só no aluguel que vai economizar, o município já terá um bom valor para dar em contrapartida à cedência de parte da área pelo Estado”, argumentou.
Histórico
O Estado adquiriu o prédio em dezembro de 2010 a partir da liquidação da dívida de ICMS da empresa Mundial que, anteriormente, ocupava aquele prédio. Hoje, a edificação está alugada para o Grupo Voges. Em duas oportunidades, já foi solicitado o tombamento da Maesa/Fábrica 2. Em 2011, a Mesa Diretora do Legislativo caxiense encaminhou pedido à administração estadual. Em maio de 2012, a União das Associações de Bairros (UAB) fez o mesmo, desta vez, junto à Prefeitura Municipal.
Em novembro de 2012, a deputada Marisa Formolo (PT) foi nomeada interlocutora do processo de cedência do prédio da Maesa para o município de Caxias do Sul. Desde então, intensificou a luta para que o prédio seja utilizado como espaço público e abrigar os meios de comunicação comunitários, movimentos sociais, feiras de artesanato, da agroecologia, agricultura familiar, e grupos como renais crônicos, pacientes ostomizados, portadores de Alzheimer, esclerose múltipla, hemofílicos, Alcóolicos Anônimos e o Centro de Pesquisa de Direitos das Mulheres, entre outros. “Acompanho de perto as decisões em torno do nosso pedido e, no momento oportuno, buscaremos a aprovação na Assembleia Legislativa, do projeto que autoriza a doação do prédio para o município de Caxias do Sul”.
Neste período, Marisa, intermediou reuniões com o procurador Geral do Estado, Carlos Henrique Kaipper, o atual secretário da administração Administração e Recursos Humanos, Alessandro Pires Barcellos, e a anterior, Stela, e com o presidente da Assembleia Legislativa, Gilmar Sossela, e a Comissão Especial pelo Tombamento da Maesa, da Câmara de Vereadores de Caxias. “Avançamos nas negociações porque o Estado está comprometido em achar uma solução para a preservação definitiva”, afirma
(Foto: Claiton Stumpf)
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