Pedro Incerti: “A comunidade exige respostas imediatas”


PEDRO INCERTI: "Quem faz as cobranças é a população, que exige respostas"

Por Laudir Dutra (laudir43@yahoo.com.br)
CAXIAS - Vem aí um mandato cheio, sem os atropelos de quem precisa a toda a hora estar à disposição daqueles que comandam a máquina pública. Na verdade um mandato legítimo é o que possui o vereador Pedro Incerti, principalmente em função da renúncia e por consequência da ida de Vinicius Ribeiro para a Assembleia Legislativa, onde assumiu a cadeira deixada por Alceu Barbosa Velho, eleito prefeito de Caxias do Sul.
Até pode parecer uma contradição e inversão na ordem das coisas, mas em 2004 Pedro Justino Incerti foi eleito para o primeiro mandato com 2041 votos, enquanto que em 2008, com 2952 ficou de fora. Atuou como suplente.
Nas eleições passadas, obteve apenas 1714 votos, mas foi conduzido à titularidade, recuperando a autoestima e vendo a justiça ser feita, pois herdou a vaga de Vinicius, completando assim o time de cinco cadeiras do partido.
Pedro conversou com a reportagem e fez algumas ponderações a respeito do seu novo mandato e também o momento atual da câmara de vereadores.

Uma ‘situação’ com telhado de vidro
“Na verdade na condição de vereador de situação que sempre fui, procurei encaminhar meus pedidos, as demandas da população ao Executivo sem nenhum questionamento.
Mas aprendi que tem o poder da caneta, escolhe a caneta seus pares. Acredito que não fui bem compreendido. Fui injustiçado até. Pela lealdade que sempre dispensei ao governo e ao partido, acho que eu deveria ter sido mais respeitado.
Mas adquiri experiência e vou trabalhando da mesma forma. Com o novo governo que é do PDT, a esperança de que possamos receber maior atenção.
Mas se continuar na mesma linha executiva, vou procurar minhas prerrogativas, não ficarei mais calado esperando que as coisas se resolvam por si só.
Tenho sentido que muitos companheiros são bem tratados, ganham mais do que pedem e temos que repensar isso. Se necessário, vamos usar a tribuna. Já tive alguns exemplos quando precisei de uma determinada secretaria e não obtive resposta.
É preciso entender que eu não estou pedindo nada para mim, é a comunidade que pede respostas, afinal, é ela a comunidade que elege os novos mandatários”.
Mandato legítimo
“É bem diferente a condição de suplente para uma situação de titular. Temos a condição legítima de não passar por determinadas situações. Podemos nos manifestar e colocar para fora aquilo que está nos incomodando.
Passei alguns perrengues internos, mas sofri muita bandidagem dentro do partido. Alguns companheiros usaram a imprensa para me atacar. Essa bandidagem pude sentir até por ocasião da campanha. Felizmente superei tudo isso, Deus fez justiça e agora vou para um mandato legítimo.
Infelizmente uma grande parcela de políticos não merecem essa condição. Quero trabalhar e dar um retorno aos cidadãos que pagam seus impostos”.
Uma nova legislatura
“Ainda é cedo, mas podemos observar que há bastante interesse por parte dessa nova leva de vereadores, principalmente aqueles que estão debutando na política. Todos de alguma forma querem se manifestar e mostrar a que vieram para atender a população.
Senti sim bastante entusiasmo, um objetivo mais pontual de trabalhar as coisas da cidade, da comunidade. Estão querendo mostrar serviço.
Dá para sentir no próprio horário das sessões, ele está mais elástico, em razão do número de vereadores que é maior, mas basicamente pela vontade que cada um tem de se manifestar, se posicionar”.
Aprendendo com os erros e acertos
“Me sinto preparado, com oito anos na política e também como secretário de governo, aprendi os trâmites, sei como funcionam as coisas. Acredito estar preparado para a função.
Todos os colegas que estão chegando, sentirão as dificuldades que são inerentes ao cargo de vereador, isso é natural. Felizmente aos poucos estou deixando a condição de novo dentro da política e as dificuldades são cada vez menores. Já consigo colocar em prática meus pontos de vista sem precisar pensar muito sobre coisas que eu não tinha conhecimento há quatro anos por exemplo”.
Prefeito do PDT e a maior bancada
“Vejo que se o governo for bem todos ganham, pois estamos todos juntos, mas se for o contrário, todos sofrem.
Mas depende muito do rumo que o governo toma, para isso, nossa contribuição é fundamental para que as coisas andem da melhor forma possível. Enquanto governistas, podemos trabalhar juntos com o prefeito, encaminhando os projetos que dizem respeito ao bem estar da população.
Na esfera de cumprimentos das leis, por exemplo, acredito que precisamos de mais fiscais para atuar para não passarmos a sensação de que está indo mal.
Algumas coisas acontecem na zona urbana e na zona rural, como a poluição sonora por exemplo. Mudou a cultura da sociedade e a juventude. Os jovens saíram dos salões de festas para as ruas. Seja onde for, estacionam os carros, abrem as tampas dos porta-malas e ligam no mais alto volume seus rádios e CDs. Temos que discutir essas coisas, ouvir as ponderações de todos e implementar as medidas, por mais antipáticas que as mesmas possam ser.
Não podemos simplesmente virar as costas e deixar que as coisas continuem acontecendo, se tiver que bater de frente, temos que bater, ser firmes para que muitas pessoas não sejam prejudicadas por uma meia dúzia que insiste em querer fazer as próprias leis.
Assim como sou leal ao governo, também que sejam leal e correto com os meus pedidos, quando forem bons para a coletividade”.
É possível governar com tantas siglas juntas?
“Lamentavelmente o Brasil virou essa junção de siglas. Isso só é bom para quem é governo, que tem maioria.
Aí que entra o papel do vereador, que pode de forma séria, fazer os questionamentos. Uma coisa que começa errado, termina errado.
Lamentavelmente isso acontece aqui na cidade. Algumas obras foram orçadas pela metade do preço e agora essa correria para fechar as contas.
Temos que ter em debate grande daqui a pouco para avaliar o que seve e o que tem que acabar. Será que partidos com ideologias diferentes podem trabalhar juntos?”. (Fotos Ponto Inicial)

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