"Governabilidade ao meu ver é a distribuição de cargos entre parceiros"
Por Laudir Dutra/laudir43@yahoo.com.br
CAXIAS DO SUL – O empresário Milton Corlatti, pré-candidato a prefeito peloDEMOCRATAS, sabe exatamente o que quer e aquilo que busca na política. Uma das coisas que menos importa, segundo seu ponto de vista, é a realização profissional e financeira, ao contrário de muitos outros, que ao longo dos tempos acumulam fortuna, poder e visibilidade.
Para Milton, o momento é de arregaçar as mangas e trabalhar, pois o futuro está batendo à porta das pessoas e elas precisam estar seguras de que terão o respaldo do poder público para a realização dos seus projetos e sonhos.
“Não preciso da política para viver, não quero ser um político profissional que só sabe fazer isso na vida. Quero entrar definitivamente na política para resgatar as pessoas, dedicar tempo e trabalho a elas deixando um bom legado para Caxias do Sul. As obras vão acontecer de qualquer jeito, é atribuição de qualquer governante. O progresso está ai, cada vez mais a cidade cresce, precisaremos de espaços para , gerir seus negócios. Devemos nos preocupar sim com as pessoas nas áreas da educação, saúde, segurança, no trabalho e de alguma forma, fomentar todas as iniciativas que sejam benéficas para todos.
Não quero inventar a roda, mas caso meu nome seja homologado, logo ali adiante, vamos priorizar aquilo que é mais importante para as pessoas. Sabemos do leque de obras que cada governo deixou, todos são importantes no seu tempo, mas temos que olhar para frente, pensar numa a cidade para daqui a 20, 30 anos”. Que cidade queremos para nossos filhos, netos?
Algumas metas a curto e médio prazo
“Queremos locais para dependentes químicos, escolas em turno integral com um ensino qualificado, forte para formar cidadãos de verdade. Devemos incentivar escolas profissionalizantes para que possamos captar esta mão de obra com a capacidade de gestão das pessoas.
Queremos uma melhor acessibilidade às pessoas com deficiência física e aos idosos, com uma melhor infraestrutura.
Não podemos conceber pessoas em filas de espera nas unidades básicas de madrugada em busca de consultas que muitas vezes nem chegam. Algumas UBS não apresentam condições de estruturas físicas para melhor atender as pessoas nestas condições. Muitas vezes a fila é tão grande que as pessoas ficam na rua esperando até a UBS iniciar o expediente.
Na minha ótica precisamos ter a descentralização do SAMU, onde o socorro possa ser mais eficaz e mais rápido.
Logicamente que não podemos esquecer do conteúdo da cidade como um todo, temos que fazer creches onde as mães e crianças tenham praticidade e dignidade . Deve haver uma melhor sinergia, integração entre o poder público e a iniciativa privada.
Com um consistente planejamento estratégico podemos resolver com inteligência os gargalos no trânsito, por exemplo, um dos pontos que mais tem dado preocupação, não só aqui em Caxias como de resto em todo o Brasil, tamanha é a demanda de veículos e pessoas que buscam o deslocamento.
E por último, temos que buscar mais conectividade para as pessoas. Hoje o mundo é virtual, as pessoas querem rapidez nas suas buscas, procuram resultados mais rápidos e respostas eficientes. Então temos que trabalhar nesse sentido também. Dar condições de acesso à internet às pessoas, buscar a inclusão digital efetivamente, só assim podemos dizer que esta cidade é para todos aqueles que buscam melhorar de vida”.
Conhecer o lugar que se vive
“Tenho ouvido por aí muitas pessoas falarem que não conhecemos a cidade direito…. Elas estão erradas, conheço a cidade sim, sei exatamente o lugar em que vivo e sabemos muito bem o que precisa ser feito a população, com programas e uma política de gestão , colocando pessoas capacitadas e especialistas em suas áreas, na gestão das secretarias.
Pensar o futuro
“Estamos elaborando um Plano de Governo adequado para as necessidades de Caxias do Sul. Uma equipe está trabalhando exaustivamente na elaboração do Plano e após a convenção, da homologação do nosso nome, apresentaremos o mesmo a comunidade para analise do projeto que refuto será bastante arrojado e novo, com ideias que contemplem a todos e não uma meia dúzia de pessoas..
A valorização do funcionário público nessa nova visão será uma de nossas ações no sentido de qualificar e dar à cidade pessoas conhecedoras das dificuldades locais. O funcionalismo público deve servir como uma escola formadora de gestores. Acreditamos que os cargos devam ser estritamente técnicos e não políticos. Na maioria das vezes, no intuito de acomodar egos, amigos, o poder público acaba sendo uma mãe onde todos tem guarida, só por ser filho.
Mas deixamos bem claro de que nosso objetivo não é ficar criticando esse ou aquele, sabemos e temos a consciência do nosso papel enquanto cidadãos, mas temos a certeza de que algumas coisas poderiam funcionar melhor se fossem conduzidas de outra forma”.
Sobre a governabilidade
“Essa palavra chega a ferir meus ouvidos quando ouço. Ao meu ver é uma rifa de cargos entre parceiros. Temos que mudar nosso pensamento urgentemente, a inteligência precisa imperar e isto está próximo de acontecer.
Algumas ideias como a descentralização da secretaria de obras poderiam ser importantes para a cidade. Essa é essencialmente técnica, não dá para colocar a frente dela uma pessoa que só está ali como parte integrante do governo. Tem que ter vontade de realizar, sujar os pés de lama. Nesse caso, terno é uma roupa fora de moda.
As ideologias estão cada vez mais extintas, temos que acabar com a busca desenfreada por cargos. A junção de partidos está sendo danosa à população e isso infelizmente está cada vez mais comum, tanto nas esferas municipais, quanto no estado e no país. Uma lástima”.
Uma pré candidatura forte
“Comecei a trabalhar cedo para chegar aonde cheguei, não sou um empresário rico, mas sim alguém feliz naquilo que se propôs a fazer. O Democratas não vai desistir, nem que tenhamos que ir sozinhos. Não estamos preocupados com pesquisa, nem tão pouco se o nosso nome apareceu nessa ou aquela lista.
Sabemos que temos condições, vamos à disputa, mesmo que tenhamos que enfrentar três deputados experientes e com conhecimentos políticos. Mas administrar uma cidade é preciso ter conhecimento de gestão e nisso creio, estamos em igualdade de condições com quem quer que seja e isso é que vai trazer resultados na prefeitura.
Hoje somos de oposição, aliás o único partido de oposição realmente, pois não estamos coligados no Rio Grande do Sul e nem tão pouco nacionalmente. Podemos nos orgulhar disso, pois temos nossa ideologia e pensamentos intactos, sem vícios de origem”.
As dificuldades para arranjar um vice
“Ainda não definimos essa questão, algumas coisas ainda estão sendo tratadas. Se for necessário iremos com pessoas de dentro do próprio partido, onde temos ótimos nomes.
Mas estamos abertos às conversações com qualquer pessoa ou sigla partidária, porém, deixamos bem claro que não fizemos promessa de concessão de cargos ou funções. Procuramos pessoas que queiram realmente fazer parte de um projeto arrojado e inovador para a cidade de Caxias do Sul. Não vamos nos privar de fazer valer nossas ideias e nossas diretrizes”.
Plano de governo azeitado
“Já estamos bem adiantados nessa questão pois, não podemos deixar para definir em cima da hora. Trabalhamos desde quando decidimos que iríamos colocar nosso projeto para que a população pudesse apreciar. Até a metade de junho devemos estar prontos para discutir com os caxienses o que eles querem para as futuras gerações.
Claro que se houver uma coligação, vamos ponderar alguns pontos e comparar os projetos caso sejam distintos. Sempre há tempo para mudança de rumos”
Vem aí um novo prefeito
“Isso por si só já motiva e o fato de termos um novo prefeito, um que não tenha sido, sem vícios ou que já tenha participado diretamente de uma administração antes.
Mas ainda vamos trabalhar para que tudo possa ser concretizado. Existe um longo caminho a ser percorrido. É preciso passar pelas convenções, ter o nome homologado. Por ser um tanto cedo para nos posicionar oficialmente, é preciso ter cautela, buscar com calma os parceiros certos, aglutinar ideias.
Mas o que nos restará, caso formos efetivamente conduzidos a essa condição, é dar continuidade às coisas boas que foram realizadas por aqueles que passaram, sem criticar suas trajetórias e buscar completar as boas iniciativas. Vontade com certeza não vai nos faltar”. (Foto Ponto Inicial)
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