Caxias do Sul, a cidade dos paradoxos


Cidade de Caxias do Sul
Ser caxiense, na maioria das vezes, ao visitar outras localidades, quer sejam regionais, nacional ou no estrangeiro, se identificando como tal, é sempre um motivo de júbilo pela pessoa, autoridade ou empresário que recepciona.
Caxias é e sempre foi em seus 122 anos de fundação, um destaque nacional.
E isto não é advindo de uma simples gentileza do anfitrião, mas sim o reconhecimento do mérito alcançado, desde os imigrantes italianos, seus descendentes e da miscigenação racial, que seguiu-se ao longo do tempo.
Como positivo ainda pode-se considerar a Festa da Uva desde 1931, o potencial econômico e demográfico relativo á segunda maior cidade do Estado do Rio Grande do Sul, a diversidade econômica e o desenvolvimento histórico médio de quase o dobro do registrado no estado do RS e do próprio país.

Tudo isso enche de orgulho a qualquer cidadão caxiense, seja ele natural ou naturalizado, ou ainda, de origem de fora do município.
Ser caxiense ou apenas morar em Caxias, por si só já é um diferencial expressivo, reconhecido nacionalmente.
No entanto, paradoxalmente, todo esse destaque traz consigo consequências volumétricas, proporcionais ao tamanho e importância de Caxias do Sul.
O mais grave, há 50 anos é o sistema de esgoto cada vez mais insuficiente, superado e à beira do colapso total, senão vejamos:
A quantidade e o volume de água servida e esgoto em sua quase totalidade, segue pelo Rio Tega o qual foi dragado e ampliado em sua profundidade em vários pontos, em que pese ele não possuir as dimensões necessárias para acolher e desovar de forma eficaz, necessitando urgentes alternativas de fluxo para evitar os habituais e frequentes alagamentos em seu entorno nas zonas baixas que o circundam.
Um planejamento estratégico para o desenvolvimento de Caxias nos próximos 30 anos, faz-se urgente e indispensável com aplicação obrigatória e comprometedora dos novos candidatos a prefeito e câmara de vereadores, aliando-se de forma muito estreita, com técnicos altamente capacitados, inclusive, advindos e requisitados de outros centros maiores, onde e quando necessário.
E isso vale tanto para o desenvolvimento econômico, social e de infraestrutura municipal e regional.
Da mesma forma, entendo que a nossa Festa da Uva precisa ser totalmente repensada, tanto nos seus valores de referências e históricos, e a forma de expressá-la sabiamente na festa, bem como do envolvimento comunitário cada vez mais ausente e decrescente, sem falar nos efeitos de infraestrutura, negativos, de gravidade, como tem sido nesta festa. A falta de iluminação nas ruas no entorno do parque, dentro das áreas externas e no interior dos pavilhões.
Sem falar no calor excessivo, a falta grave de banheiros e a demanda provocada, ocorrendo á interdição com o público lotado no recinto.
O mau cheiro era notado por várias centenas de metros do pavilhão um.
Além do que, dos 450 estandes, a grande maioria é ocupada pó vendedores especializados em feiras, objetivando a venda dos mais variados produtos, fazendo uma concorrência indevida á indústria e o comércio locais.
E ainda reduzir o percurso do desfile na Sinimbu, que outrora ia até a Moreira César na Praça Dante Marcucci, para até a rua Dr. Montaury, ou seja, quatro quarteirões foi um gesto de extrema desconsideração com o público visitante ou local, deixando-o com grandes dificuldades de bem apreciar o corso alegórico, que, aliás, teve pontos positivos e outros deixaram a desejar, precisando também ser reestruturado na sua essência.
Por isso, repensar é preciso, independente da vocação política e partidária.
Ou não?
*CARLOS CALCAGNOTTO, é empresário, professor universitário e ex-presidente da Festada uva de 1991 a 1996 e ex-coordenador da escolha da Rainha e Princesas da Festa da Uva de 1994.
Por Carlos Calcagnotto

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