Greve dos médicos ganha mais um ingrediente


CAXIAS DO SUL - A greve na saúde no município tem um capítulo a mais desde o dia 30 de setembro. O Movimento Vivo em Defesa da Saúde Pública de Caxias do Sul entrou com uma representação junto ao MP, à OAB e à Câmara de Vereadores para que o prefeito José Ivo Sartori seja processado por crime de responsabilidade devido à sua inércia junto à greve dos médicos da saúde pública de Caxias do Sul.
        A ação pelo Movimento Vivo em Defesa da Saúde Pública é assinada por Luiz Fernando Possamai, Paulo Roberto de Souza, Gerson Gala, Francisco Corrêa, Lucas Souza, Claudemir Biglia, Daniel Dal Zotto e Abelino Alves de Campos, entre outros.
        Segundo Possamai, coordenador da ação, a “a greve dos médicos de Caxias do Sul jê é um caso de polícia e alguém tem que tomar alguma medida urgente. A população mais pobre é que sofre, enquanto o gestor público segue na inércia, deixando a saúde pública completar 530 dias de greve dos médicos”.
       O grupo impetrou a ação contra o prefeito sugerindo crime de responsabilidade civil e criminal, bem como, requer também o seu impedimento.
        Possamai disse ainda em entrevista que reuniu os principais órgãos de comunicação de Caxias que “outras medidas estão sendo pensadas pelo grupo, mas nesse momento elas não serão solicitadas. Vamos aguardar o resultado do nosso pedido e depois, ainda nesse mês de outubro, vamos conclamar toda a imprensa do estado e do país e faremos um movimento ainda maior, pois não poderia ter chegado a esse ponto essa situação”.
        O advogado Luis Fernando Possamai legitima o grupo e não teme acusação de aproveitamento político. “Não estamos preocupados com isso, independente de qualquer coisa que se possa dizer, nesse momento é o que nos cabe fazer, tomar algum tipo de atitude. Aliás, qualquer pessoa que se sentir prejudicado, pode entrar com ação contra o município, é o direito de cada um”.

Os médicos foram ‘deixados de lado’ na ação

       É voz uníssona no grupo de que contra os médicos nada poderia ser feito, apesar da responsabilidade que eles têm na questão. Para Possamai, “mesmo que os médicos tenham a sua parcela de responsabilidade pela greve, o prefeito Jose Ivo Sartori poderia ter tomado alguma medida em favor dos usuários do sistema de saúde no município. Não temos como investir contra os médicos, uma vez que eles são servidores atrelados a uma entidade sindical, compete ao prefeito qualquer tipo de atitude ou iniciativa que acabasse de vez com a greve”.
       O Sindicato dos Médicos de Caxias do Sul deve se posicionar também, uma vez que eles têm muita responsabilidade. Primeiro se noticiou que atendem os casos mais urgentes, o que na realidade não ocorre na prática.
       Nas unidades básicas de saúde dos bairros muitas reclamações por parte dos usuários. Segundo eles é raro um médico permanecer 30, 40 minutos atendendo, invariavelmente vão até lá, chegou determinada hora, quem não foi atendido, só no dia seguinte que segue a mesma rotina. O paciente entra, o profissional baixa a cabeça e escreve a orientação.
       Ainda existe o problema da automedicação. Muitas farmácias estão vendendo remédios sem receita médica, o que é condenável, porém a única alternativas para muitas pessoas que não podem pagar entre R$ 160,00 e R$ 200,00 por uma consulta em consultórios particulares. (Foto Ponto Inicial).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...