Edi Castilhos, a Mais Bela Negra 2013 se despede do reinado


MAIS BELA NEGRA – O tempo realmente não passa, as coisas que são importantes, guarda-se no fundo do coração como uma espécie de relicário de tudo o que se viveu.
Hoje o nosso papo é com Edinéia Castilhos, Mais Bela Negra 2013, uma taurina de 23 anos completados em abril, que além de toda a alegria estampada no rosto, tem a noção exata daquilo que quer na vida, profissional ou pessoal.

O evento que a consagrou como Mais Bela Negra ficou para trás, mas a moça ainda curte até essa sexta-feira, dia 24 de julho, por volta das 22h, o título. Será escolhida a Mais Bela Negra e a Miss Afro 2015 no Ponto de Cultura da UAB.
“Foi uma trajetória bem grandiosa, conquistei muitas coisas em todos os sentidos, profissional e pessoas. Nunca nos damos por satisfeitos com os resultados obtidos, por isso sinto que gostaria de ter trabalhado mais, que eu pudesse ter tido a oportunidade, mas acredito que a minha participação foi muito proveitosa.
Acho que poderíamos avançar mais com a realização desses eventos, aproveitar a oportunidade para desmistificar toda a questão envolvendo os negros de Caxias do Sul, especificamente falando”.

Desde pequenina

“Tenho um projeto bem legal que envolve as crianças negras e as dificuldades que elas têm de aceitar as suas condições de negras e com os cabelos encaracolados.
Quanto a isso aliás, lembro da minha infância, quando eu ainda dava os primeiros passos na escola como foi difícil de entender e me inserir dentro do cotidiano dos colegas e da escola. Ser negro em Caxias do Sul sempre foi bem difícil.
O preconceito existe e temos que combater, não podemos aceitar olhares diferentes em cima da gente por sermos negros. NO final, todos nós somos iguais, vamos morrer e passar por todos os processos dessa vida de forma igualitária.
Observando os imigrantes que vêm da África passar por todo tipo de preconceitos por estarem buscando uma melhor condição de vida para as suas famílias que ficaram para trás, por isso e por todas as outras coisas que nem cabe ficar enumerando aqui, temos que nos impor e mostrar nosso valor”.

Valorizar as meninas

“Acho que o evento que elege hoje as meninas deveria ter tido o cuidado de não se diminuir ou esvaziar, penso que o fato de ter sido realizado paralelamente à Festa da Uva, que escolherá a Rainha e as Princesas ofuscou e muito toda a movimentação. Bola fora! Poderia ser escolhida como sempre foi feito, em outubro, novembro sem deixar de ter o glamour ou importância. As meninas mereciam mais consideração e ter a visibilidade que elas todas merecem.
Mesmo assim, desejo toda a sorte do mundo àquelas que participam com coragem e dedicação e que as vencedoras tenham muito empenho e espírito de amizade, pois isso é o que fica para toda a vida, depois que tudo isso acabar”.

Uma imagem positiva


“Levar o respeito, a amizade, é tudo o que se ganha quando participamos desses eventos. Às vezes a gente passa uma ideia errada ou não consegue ser simpática com todo mundo, mas isso é ali da hora, do momento, aos poucos, tão logo as coisas vão serenando, conseguimos nos mostrar por inteiros, as próprias meninas que participam como ‘concorrentes’, estão ali para vencer e quando o sonho não acontece, é preciso ter em mente que hoje não era o dia, mas que esse dia vai chegar para todos nós, basta acreditar”.
Estudante de Jornalismo pela UCS, Edi, como gosta de ser chamada pelos amigos, está no terceiro semestre, mas parece uma veterana na cena jornalística e tem a noção exata da sua importância para o mundo que ela pretende construir.
A quinta irmã de uma família simples e muito unida, tem na mãe Rosângela e no pai Lorival seus maiores incentivadores.
Foto Laudir Dutra

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