Esta é a foto oficial da final do Gauchão 2013 (Divulgação)
Por Laudir Dutra (laudir43@yahoo.com.br)
CAXIAS DO SUL - O jogo da final do Campeonato Gaúcho de 2013 talvez não tenha sido o dos sonhos dos torcedores do Internacional e do Juventude, mas final de campeonato nunca se espera que alguma das equipes tenha facilidade.
Não importa as hierarquia clubística, se um está na primeira divisão e outro na quarta, o que sempre deve ser levado em conta são os tradicionais confrontos que marcaram a história desse verdadeiro clássico entre um time da capital e outro do interior.
Juventude e Inter, não necessariamente nessa ordem, têm em suas histórias, conquistas regionais, nacionais e internacionais, isso que deve ser levado em conta. A grandeza por si só é evidente.
O Internacional vive um dilema desde o ano passado, quando iniciaram as reformas do Beira-Rio, ficou ‘sem teto’, passou a viver de ‘favores’ dos vizinhos, jogou em diversas praças esportivas, sem ter a identificação com alguma delas. Escolheu o Centenário do Caxias para mandar os seus jogos.
Em algum momento isso não foi uma certeza, pela logística e pelas dificuldades de um clima inadequado para a prática esportiva no inverno, tão rigoroso por aqui. Mas acabou que nos últimos jogos, na reta final da Taça Farroupilha, pela campanha melhor dentre os demais, jogou seguidamente em Caxias do Sul, tornando-a sua casa. Foram três partidas decisivas que culminou com a vitória do turno e por consequentemente do Campeonato Gaúcho 2013.
Talvez para muitos colorados não seja visivelmente algo extraordinário vencer o Juventude numa final e ainda por cima nas penalidades máximas, mas um fato muito positivo acontece nesse momento. O Inter, um clube sem casa própria, vivendo de aluguel, se acostuma pelas circunstâncias, vencer fora de casa. E vitórias que valem títulos.
Um mar vermelho se formou na saída do Centenário (Foto Ponto Inicial)
O jogo final levou ao Centenário mais de 20 mil pagantes, provou que com preços acessíveis, há interesse, pois todos gostam de futebol, até mesmo os caxienses, que não têm a sensibilidade de ver as dificuldades por que passam os seus clubes, Juventude e Caxias e que ao longo dos tempos só fazem amargar com as dificuldades financeiras.
O Inter venceu o campeonato, tem que ser reverenciado pelo seu feito, foi parelho em todo o certame, venceu os dois turnos e mereceu. Talvez aqueles que desdenharam o Gauchão, priorizando outros, quisessem estar no seu lugar, mas agora é tarde, a taça já está no armário e a faixa no peito.
Os mais radicais, principalmente os cronistas que comentam mais em cima dos resultados e das suas paixões pessoais, vão continuar dizendo que o Internacional é time ruim, que falta isso e aquilo. Esses mesmos que reverenciam o Grêmio e seus galácticos que não vence nada há três anos, nem ruralito e muito menos outros de expressões maiores.
Talvez a crônica esportiva seja tendenciosa e gosta muito mesmo é de que suas opiniões tenham eco até mesmo na casa mata onde é reduto do treinador. Escalar o time na base de teses furadas não é a solução, o bom mesmo é ressaltar os aspectos positivos e reconhecer quando uma opinião não é a adequada.
Agora o colorado tem todo o tempo para se dedicar à Copa do Brasil e se preparar para o Brasileirão que vem logo em seguida. Deve tirar as lições de ser um sem teto e valorizar definitivamente o sabor de uma vitória fora de casa.
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