Menino Jackson finalmente terá o marca-passo, foi liberada a compra

Menino Jackson vai voltar ao convívio
da sociedade novamente

Por Laudir Dutra  (laudir43@yahoo.com.br)
CAXIAS DO SUL - Juízes determinam por unanimidade a compra do marca-passo para o menino  Jackson Bottim, desta forma, a compra bem como a cirurgia deverão ser realizadas o mais rápido possível.
A notícia foi dada no último sábado, dia 16/03 pela família do garoto e confirmada pelo Dr. Frederico Damato, que defende os interesses da família e do garoto no caso.
Mesmo que ainda caiba recurso por parte do Estado, a iniciativa do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul é pela compra do aparelho e o posterior pagamento através dos valores que já estão depositados em uma conta especial para o fim específico.
O Tribunal de Justiça do Estado havia determinado ao governo estadual o prazo de 21 de fevereiro para que o mesmo cumprisse a ordem de compra do aparelho marca-passo diafragmático que tem um custo total de R$ 500 mil. O montante de R$ 1 milhão depositados pelo Governo gaúcho servirão também para o pagamento de médicos especialistas neste tipo de cirurgia e todos os trâmites que certamente gerarão um custo bem elevado, sem contar no que a família do garoto de apenas sete anos tem passado desde 2010, ano do acidente, quando com apenas cinco anos de idade, viu toda a sua vida e da família mudarem.

Entenda o caso
No dia 31 de janeiro de 2010 na cidade de Garibaldi, Jorge Ilário Bottin e Simone Ferreira passeavam com o filho Jackson Rafael Ferreira Bottin, à época com cinco anos de idade, um pequeno descuido, uma fração de segundos, foi suficiente para que o garoto se desvencilhasse da mãe e atravessasse a via, quando o Peugeot placas IPM 7821, que trafegava no sentido bairro centro na Rua Jacob Ely colidisse violentamente contra o menino.
Num ato de desespero, o pai do garoto correu em direção ao condutor do veículo e se jogou sobre o capô, com receio de que o mesmo fugisse do local, mas não aconteceu, imediatamente foi chamado o socorro, a ambulância o conduziu ao hospital mais próximo. Feitos todos os procedimentos, se chegou ao diagnóstico. Jackson estava tetraplégico, pois a lesão medular na 3ª e 4ª vértebras fora grave.
A partir daquele momento, os pais, amigos e familiares não tiveram mais sossego, praticamente a vida em família se tornou bem difícil, pois o pai teve que continuar trabalhando em Garibaldi, sendo praticamente uma visita aos finais de semana. Pelo plano de saúde familiar, foi possível atendimento domiciliar 24 horas, mas a mãe Simone Ferreira, 34 e Jackson, tiveram que mudar para Caxias do Sul, maior centro, condição da UNIMED para que pudessem usar os benefícios do plano.
Foi alugada uma casa na Rua Treze de Maio quase esquina Sarmento Leite, equiparam uma UTI móvel na residência e uma equipe de quatro pessoas se revezam dia e noite para atender e cumprir com todos os cuidados necessários. A médica designada para o caso é a Drª Tatiana Moratelli, que acompanha o garoto desde o início do acidente.
Pode parecer pouco diante do grave quadro em que se contra o Jackson, com o impedimento total de andar e tendo que ter uma vida limitadíssima, apenas realizar a cirurgia para colocação de um marca-passo, mas sair de uma cama ou de uma cadeira, respirar ar natural, não tem preço. “Estou sempre em busca de tudo aquilo que estiver ao meu alcance ou não para que ele tenha uma melhor qualidade de vida, mesmo com todas as suas limitações, mas mantenho a esperança de que as suas condições irão melhorar”, salienta Simone.

A luta da mãe Simone, do advogado e a corrente dos amigos não foi em vão
Simone aliás era só lágrimas diante de um plenário com uma plateia diferente que veio especialmente de Garibaldi para acompanhar a moção de louvor proposta pelo vereador Rafael Bueno/PCdoB, aprovada por unanimidade pelos vereadores.
Tribunal deu causa favorável
Por unanimidade o Tribunal de Justiça do RS deu o parecer autorizando a compra do marca-passo. A partir de então, a compra pode ser efetuada e tão logo isso ocorra, a nota vai para a Justiça, que abaterá do valor que está depositado em juízo a mais de trinta dias.
O Dr Frederico Damato, advogado da Comarca de Minas Gerais que cuida dos interesses da família, salienta ainda que uma coisa não impede a outra. “O fato de caber recurso não inviabiliza a compra do aparelho e a cirurgia, as duas coisas podem andar juntas, a ação do governo e a intervenção do Jackson. Lamentamos apenas a demora decorrentes de todos os entraves, mas apesar de tudo isso, valeu a pena o esforço da família e as correntes positivas em torno do caso”, comemora, salientando ainda que a família do menino não manuseará o dinheiro. “Todo o valor depositado será por conta da compra do aparelho e dos procedimentos necessários. À justiça cabe o pagamento das despesa, que irá retirar do disponível sempre que tiver que pagar isso ou aquilo. Que fique bem claro que as coisas precisam e estão sendo feitas de forma transparente, como deve ser. A família não solicitou o dinheiro e sim o marca-passo e a cirurgia para o Jackson. Como mencionei acima, talvez se lá na frente as coisas tivessem sido equacionadas, tudo já estaria resolvido, os custos poderiam ser menores e o garoto usufruindo de tudo aquilo que é necessário para que a sua vida seja um pouco melhor do que vem sendo nesses quase três anos em que ele está numa cama sem poder sair de dentro de casa”.
Os Desembargadores que votaram pelo fim do sofrimento e alívio da família foram Luiz Portanova, Jorge Luiz Dalagnol e Ricardo Moreira Lins. (Foto Ponto Inicial)

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