Sobre pesquisas de satisfação


Por Laudir Dutra – (laudir43@yahoo.com.br)
Quando existem pelo menos três interessados até pode ser concebível a sua realização, mas me parece que quando atende um interesse único perde a razão de ser. Caso típico que acontece aqui em Caxias do Sul.
É o mesmo que querer provar por A mais B que atende as reais necessidades de quem utiliza os serviços ou consome com satisfação os produtos oferecidos.
As pessoas não podem opinar com propriedade quando não têm parâmetros, quando não tiveram a oportunidade de provar ou se inteirar da existência de uma segunda opção.
Fica chato e não faz bem para ninguém quando em qualquer pleito não existe mais do que uma chapa ou nome disposto nas opções de escolha. Apenas o SIM e o NÃO no caso de uma única via chega a ser constrangedor.

É o mesmo que um gaúcho dizer que não gosta de acarajé quando nem sabe como é feito ou que já tenha provado um dia.
Ou pedir a opinião de um baiano sobre o chimarrão, mesmo que ele nunca tenha tomado um.
Não tenho o direito e nem tão pouco seria justo da minha parte, acreditar que só porque não conheço seja ruim e que por este motivo, desconsiderá-lo.
Por outro lado, não devo querer incutir na cabeça do usuário ou do cliente que meu produto é o melhor quando este mesmo cliente ou usuário não teve a oportunidade de experimentar outro.
No pior das hipóteses, devo fazer o cliente ou usuário acreditar que o meu produto é bom e não o melhor que existe, afinal, é obrigação de qualquer empresa fazer o seu melhor e dever dos nossos governantes e classe política fazer com que seja oferecido à população aquilo que atenda realmente as necessidades do dia a dia, sem demagogia e subterfúgios, apenas de forma sensível, reconhecer quando se trata apenas de um produto ou serviço bom, mas que nenhuma outra alternativa fora oferecida à apreciação ou respaldo desses.
Desde que o mundo é mundo, a concorrência justa e sadia é essencial para o crescimento de qualquer segmento e o corporativismo via de regra acaba por ser danoso às pretensões de qualquer democracia mundo afora.
Quando as pessoas se derem conta da sua força e ler realmente o que existe por trás de algumas pesquisas de satisfação, perceberão que nem tudo aquilo que se lê ou é imposto, reflete com fidelidade a real condição dos serviços ou produtos oferecidos.
Uma coisa é certo e correto afirmar. Não é um grupo de pessoas dentro de uma sala e nem tão pouco opiniões divergentes de uma votação que vai determinar o que realmente a população precisa.
Principalmente quando é dado o poder a estes poucos, que sem estudos técnicos e nem tão pouco sensibilidade, levam em conta quase sempre a vontade individual, se intitulando donos da verdade apenas para satisfazer seus egos e interesses.
Temos que ir para a rua realmente e ouvir a todos, principalmente o povo que é o maior interessado e muitas vezes iludido com os resultados apresentados.

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