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| (Foto arquivo pessoal do Adiló) |
CAXIAS DO SUL - Durante a campanha uma frase chamava a atenção por diversos lugares. RECICLE SEU VOTO. Este foi o bordão que Adiló Angelo Didomenico utilizou para conquistar os eleitores, fazendo uma alusão à sua menina dos olhos, a CODECA, autarquia pela qual tem trabalhado nos últimos sete anos.
Quem apostou que daria certo, assim como ele, se deu bem, paralelamente ao novo momento em que vive o presidente do PTB local, o qual representa e que a partir de 1º de janeiro, terá uma bancada de respeito, depois de muitos anos. Agora são três vereadores que estarão a serviço do povo de Caxias, debatendo, construindo e acima de tudo, trabalhando com afinco para nunca mais ficar de fora dos destinos políticos da cidade.
Casado com Célia Didomenico, há 38 anos, quatro filhos, formado em economia com pós-graduação em marketing, comerciante há 43 anos. Adiló teve um grande respaldo dos comerciantes do ramo de gênero alimentício, por ai também se explica o número de votos recebidos.
Foram 6.325 votos espalhados por toda a cidade. Praticamente em todas as seções, Adiló conquistou ao menos um voto. Isso já era esperado?
“Sinceramente não acreditava que pudesse fazer significativa votação, tínhamos uma previsão de que daria para fazer entre 4,5 e 5 mil votos, refutávamos uma boa margem, o suficiente para estarem entre os 23 vereadores eleitos. A nossa avaliação girou em torno do número de nos candidatos que dificultariam bastante nossa intenção.
Existiam também aqueles vereadores que buscavam a reeleição e com tradição na cidade. Isso sem dúvida alguma pesaria bastante. Mas de certa forma é uma responsabilidade muito grande, o povo respondeu nas urnas, agora temos que continuar trabalhando mais ainda para merecer toda essa confiança”.
Um segundo lugar com gosto de primeiro. De alguma forma o fator Washington foi determinante para o resultado final.
“O Washington é um capítulo a parte das eleições, havíamos convidado ele para se filiar ao nosso partido pela grande representação que tem, como pessoa e homem público como sempre foi. Também pelo seu carisma e envolvimento no esporte em todo o mundo, não só aqui no Brasil. Acredito que tenha falado mais alto o peso do PDT como partido, mas para mim não foi surpresa nenhuma a sua grande votação.
Outro fator importante foi a migração, no meu entendimento, dos votos da vereadora Geni Peteffi que não concorreu, pelas relações iguais que os dois mantêm no meio futebolístico do Caxias. De certa forma, pode ter sido um fator importante para a caminhada do Washington para futuros pleitos”.
O Adiló está preparado para assumir a Câmara de Vereadores.
“Com relação às demandas da sociedade estou preparadíssimo e bem empolgado com a possibilidade de poder ajudar mais diretamente a população. Quanto às questões políticas, terei um tempo para aprender com os mais experientes e também, aos poucos, ir construindo o meu jeito de atuar. Vamos dialogar com todos, tomaremos as decisões em conjunto. Temos o Zoraido Silva que já tem uma extensa bagagem dentro da política e o próprio companheiro Flávio Cassina, que apesar de ser o seu primeiro mandato, já atuou na administração e com certeza formaremos um bom trio dentro do legislativo.
Para podermos encaminhar as coisas, já providenciamos uma cópia da lei orgânica de Caxias, vamos observar atentamente o regimento interno da câmara para cometermos o menor número de erros possíveis”.
O PTB sai muito fortalecido desse pleito.
“Acredito que o grupo de pessoas que acreditou no nosso projeto e que entendeu que esse era o caminho, está de parabéns. Tanto eleitos, suplentes e aqueles que não atingiram essa condição são vitoriosos, pois todos ficaram bem colocados com o número de votos alcançados. Todos atingiram de forma pessoal, os seus objetivos enquanto candidatos. Em nenhum momento titubearam em aprovar as nossas definições e seguir aquilo que entendíamos ser o melhor caminho. Acho que esse aprendizado vai nos fazer muito bem.
Outro aspecto importante foi o tratamento igualitário que demos a todos os nossos candidatos. Fizemos uma propaganda em conjunto de A-Z, sem privilégios, esse é um caminho que vamos debater amplamente dentro do partido. Não coligamos na proporcional e acertamos. Acredito que esta seja a última eleição onde teremos este tipo de coisa. Nesse aspecto saímos na frente, estamos satisfeitos com o resultado da eleição”.
O DEM foi a grande surpresa dessas eleições.
“Sempre existirá uma ou outra surpresa em cada eleição, mas temos que respeitar o resultado das urnas. O DEM foi a surpresa dessas eleições. Conseguiu colocar um vereador e ter uma representação dentro da Câmara. São detalhes que logo ali na frente vai fazer toda a diferença e pode ser um aspecto positivo se considerarmos a pluralidade, dependendo de como as coisas serão encaminhadas.
O alto índice de abstenção e os votos brancos e nulos são questões importantes e que para os padrões de Caxias do Sul é muito elevada a taxa de 40% de pessoas que não foram até às urnas.
Acredito que isso se deve basicamente à falta de compostura de alguns candidatos, que no final esqueceram a disputa e preferiram manchar as tradições políticas de nossa cidade, assim como já tentaram criar um factoide nas eleições passadas.
Não me lembro de ter vivido momentos tão difíceis em toda a minha vida. Nem na época da ditadura acontecia esses disparates. Mas o povo deu um recado bem claro nas urnas e esse tipo de expediente cada vez mais está perdendo a força e a vez felizmente.
Vejo que cometeram uma mancha, a democracia levou uma punhalada, com o episódio dos computadores na prefeitura tentaram atingir o Sartori, um dos maiores símbolos da política do Rio Grande do Sul. Este praticamente encerrando o seu ciclo e de repente se numa situação vexatória e de graça.
O que foi feito, repito, houve uma mancha muito grande e uma punhalada na democracia. Não havia necessidade desse exagero todo. Se quisessem os computadores era bem simples, enviassem um oficial de justiça até lá que seria entregue tranquilamente e não fazer um fato espetaculoso dessa natureza. Me preocupei, fiquei muito chateado e não concordaria se fosse o contrário.
O prefeito Sartori sempre defendeu suas ideologias, mas nunca impediu as pessoas de lutar pelos seus direitos. Supervalorizaram um fato para nada. Felizmente o povo respondeu nas urnas”.
Um mandato faz toda a diferença
“Saio gratificado do pleito, não só com a população, como também com os funcionários da CODECA que entenderam que eu precisava me dedicar à cidade que me acolheu desde os meus 17 anos de idade. Aqui recebi a ajuda de muitas pessoas e agora veio o reconhecimento. Isso de certa forma se transforma e aumenta a responsabilidade. Com o mandato, poderei de forma mais direta, transformar as ideias em soluções concretas.
Agora vou me preparar para ser um bom vereador, não quero atrapalhar as escolhas do prefeito eleito Alceu Barbosa Velho. Se existe alguém que vai saber respeitar as suas escolhas este alguém será eu, pois tenho o dever e a obrigação de cooperar e deixar as coisas se acomodarem da melhor forma possível. Temos que manter o respeito e ser coerente, afinal de contas, o prefeito deve ter toda a autonomia para tornar a sua administração a mais agradável e eficiente possível”.
Sartori vai sair deixando um grande legado
“Coloco-me de antemão á frente daqueles que farão coro para que José Ivo Sartori seja o candidato ao governo do estado. O Rio Grande precisa de uma administração diferenciada e de uma pessoa como o Sartori. Poucos têm a coragem de fazer tanto com tantas opiniões envolvidas.
Espelho-me muito em José Ivo Sartori, nos conhecemos quando eu tinha 17 anos de idade, fomos colegas de escola e de pensão, veio daí a afinidade e o respeito.
Sempre tivemos debates acalorados, mas sempre tivemos um respeito muito grande um pelo outro e seu jeito cativante vem desde sempre. Em todos esses anos, não me lembro de que em algum momento, ele teve que deixar de ser ele mesmo”. (Texto Laudir Dutra/Foto Divulgação)
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