Alceu Barbosa Velho: “O Sartori é o Sartori, o Alceu é o Alceu, não deve haver comparações”.

Alceu em um dos tantos discursos durante campanha

CAXIAS DO SUL - O recém eleito prefeito de Caxias do Sul, Alceu Barbosa Velho já trabalha em duas frentes, a primeira diz respeito á transição de governo, nesse sentido, uma comissão já realiza reuniões periódicas com a equipe do prefeito José Ivo Sartori para tomar ciência da situação das finanças e obras, bem como a de cada setor, e também o que poderá ser feito para que a governabilidade possa ser tranquila.
De antemão, Alceu Barbosa Velho saberá que o orçamento do ano que vem está estimado em R$ 1.253.560.700,00 (um bilhão, duzentos e cinquenta e três milhões, quinhentos e sessenta mil e setecentos reais) e precisa ser votado até a última plenária de 2012.
Saberá também que com relação à lei de diretrizes orçamentárias (LDO) de 2013, aprovada pela Câmara, no final de setembro passado, a LOA tenha decrescido quase R$ 70 milhões. Pela LDO, seria R$ 1,319 bilhão para o ano que vem. Essas informações estão contidas no calhamaço de documentos que Gilmar Santa Catarina entregou para a presidente da Câmara de Vereadores Geni Peteffi na última semana. Mas esse é um assunto que será tratado no tempo certo.
A segunda e não menos importante é a composição do seu governo que inicia em 1º de janeiro de 2013. Por enquanto, muita especulação e apenas um nome anunciado. Washington Stecanella será o secretário Municipal de Esporte e Lazer, convite esse que já havia sido feito tão logo saiu o resultado das urnas, o que foi aceito prontamente.

A maior preocupação do novo prefeito agora é o consenso, uma vez que são 17 partidos envolvidos e todos têm o mesmo peso dentro da concepção de coligação. Um leve ‘favoritismo’ para o PDT que elegeu cinco vereadores, logo a seguir vem pela ordem o partido do vice-prefeito eleito Antônio Feldmann, o PMDB e o PTB, com três vereadores cada.
Mandatários de algumas siglas deixaram bem claro que não vão interferir na escolha dos secretários e entendem as suas capacidades quanto ao poderio político.
Para alguns partidos, faltam nomes qualificados para ocupar cargos importantes dentro do governo, para outros sobram. Todas essas questões de alguma forma, vão nortear as ações da dupla Alceu/Toninho pelo menos num primeiro momento, depois que a tempestade passar, será possível ver com mais clareza todas as situações.
Não será nada fácil iniciar um trabalho com identidade própria, pois serão inevitáveis as comparações com o governo Sartori, onde o próprio Alceu fez parte durante pelo menos seis anos, fazendo uma sintonizada dupla. Por sinal, ele já avisou:
“Sartori é uma pessoa e o Alceu Barbosa Velho é outra, não existem comparações. Cada um tem os seus méritos, suas virtudes e seus defeitos. Empatamos é na defesa da administração pública, onde temos que ser sérios e corretos”.
Agora é hora de arregaçar as mangas e definir rumos.
“Estamos conversando com as pessoas e os partidos. A palavra chave éGESTÃO. Temos que definir tudo em conjunto com os partidos, o leque de opções é grande, também em função do grande número de partidos que compõe a coligação. Não tenho dúvida alguma de que poderemos faze um grande papel. Mas nada está definido, até o momento temos um nome escolhido para compor o secretariado, o resto é pura especulação. Mas como em tudo, temos um prazo e ele se encerra no final da primeira quinzena de dezembro. Até lá vamos conversar, decidiremos isso pensando em primeiro lugar na nossa governabilidade, pois a cidade deve vir em primeiro lugar”.
Um prefeito para todos, as relações pessoais não deverão interferir.
O mesmo Alceu das caminhadas nos bairros é o que a população verá nos próximos quatro anos

“Não mudarei a relação com as pessoas, o que deverá mudar certamente é a responsabilidade e o jeito de fazer as coisas. Ser vereador ou deputado é algo bem diferente do que ser o prefeito. A realidade é outra. Temos que errar o mínimo possível, mesmo sabendo que isso possa acontecer, mas jamais de forma deliberada e irresponsável. Isso em se falando em administração direta, onde as respostas são mais rápidas e as coisas negativas afloram com maior facilidade”.
Estar mais perto da comunidade, estar em casa todos os dias.
“Serei prefeito 24 horas por dia. A campanha já passou, agora é bola para frente. Meu compromisso com a Assembleia Legislativa vai até o dia 31 de dezembro, depois estarei inteiramente á disposição dos caxienses.
Não existe nada que possa mudar o fato de que fui eleito prefeito de Caxias do Sul. Sei que terei muitas atribuições como gestor público, nesse sentido, a vida particular deverá esperar um pouco, no momento certo ou em algum momento, devo retomá-la. É assim que as coisas funcionam”.
Algumas coisas chatearam muito durante a campanha.
A esposa Alexandra Baldisserotto foi importante nessa árdua caminhada até a vitória

“A campanha já é passado, já pedi perdão e perdoei alguns episódios que houve, não temos que olhar para o passado, vamos seguir em frente. Quem é oposição terá sempre o meu respeito, não tenho e nem vou carregar mágoa alguma.
Seria ruim para a democracia ter a ilusão de que poderíamos administrar sem oposição, então. Uma coisa é certa, quem ajudou a ganhar, vai ajudar a administrar, isto é ponto pacífico”.
Sempre se tira algum aprendizado com o andar dos processos.
“Na política nada é fácil. A imagem que as pessoas têm não existe. Sofremos sim para convencer o eleitorado de que o nosso propósito é dos melhores possíveis e depois, passado o pleito, temos que cumprir com aquilo que prometemos.
A política é uma entrega e se não tivermos vocação, podemos ficar em casa, na zona de conforto, esperando que as coisas aconteçam ao nosso redor sem que tenhamos que fazer alguma coisa para mudar”.
A ficha ainda não caiu.
“A transição já acontece normalmente, até porque ajudamos a construir esse governo vitorioso que aí está, temos o conhecimento de como as coisas funcionam, mas a minha sensação é de que sou o vice-prefeito, o Sartori vai sair de férias e eu vou assumir no seu lugar. Esse é o meu sentimento nesse momento.
Mas estou com a consciência tranquila, ansioso para começar a trabalhar e acima de tudo, ciente de que estarei à frente de uma das cidades mais prósperas cidades do Brasil. Acima de tudo, vamos fazer o máximo para elevar ainda mais o nome de Caxias do Sul no cenário nacional. Na política, tudo que é honesto tem lugar, o resto não”. (Texto Laudir José Dutra/Foto Divulgação/Chimia Lorenzett/Andreia Copini)

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