Desempenho da economia caxiense

Carlos Calcagnotto

Por Carlos Calcagnotto

Em torno de duas décadas ou um pouco mais, a CIC – Câmara de indústria Comércio e Serviços de Caxias do Sul e a CDL – Câmara de Dirigentes lojistas de Caxias do Sul acompanham a evolução mensal da economia local, apresentando-a à imprensa e aos seus associados.

Esse é um trabalho que procura retratar o quadro econômico e suas tendências. Na apresentação feita neste mês nas dependências da CIC, suas equipes econômicas relataram o desempenho da economia caxiense referente ao mês de março de 2012, comparado com o mesmo mês do ano anterior, sendo este o item mais correto de ser analisado, pois são confrontados meses anuais idênticos, não influenciando os efeitos de sazonalidade desigual acometida em meses específicos. Tais como mês de férias, de retorno de férias, de datas festivas, quando comparadas por meses imediatamente anteriores ou posteriores, representando aí, variações que distorcem análise da evolução econômica como tendência.

Assim sendo, a indústria acusou a retração de 0,5%, o comércio cresceu 1,7% e o setor de serviços, 20,9% que, respeitando-se a ponderação setorial, acumulou o crescimento real do quadro econômico em 6,2%, bem próximo da inflação oficial.

Esse dado pode ser entendido como positivo, embora não represente expressivo crescimento real de venda, mas evidencia um quadro de recuperação econômica, tendo em vista o acumulado dos últimos 12 meses em comparação com o acumulado dos 12 meses anteriores, que registrou uma performance de crescimento de 0,6% na indústria, decréscimo de 4,5% do comércio e crescimento dos serviços de 8,3%, totalizando 2% no período analisado.

Outro fator que começa a estimular as empresas industriais exportadoras caxienses é a recente recuperação do valor real do dólar, passando na última semana a valer R$ 1,99 reais por dólar.

E isto também refletirá como tendência positiva da economia, aliada á política governamental da presidente Dilma de redução expressiva dos juros bancários.

Embora o quadro tendencial se apresente positivo, preocupa o momento acumulado de desempenho negativo da indústria, resultando nas medidas restritivas de produção, com a concessão antecipada de férias, proibição de horas extras, redução do horário de trabalho em função do banco de horas com saldo positivo a ser revertido, o que de algum modo, refletirá nas vendas do comércio e serviços, entendido como mercado consumidor.

No entanto, podemos evidenciar que o Brasil, em especial a região nordeste do estado gaúcho, atravessa um pequeno momento de transição econômica, mas com visão futura positiva.

Ouvindo alguns industriais nesta última semana, pude senti-los algo preocupados com esta pequena transição, onde estavam acostumados com o alto desempenho no ano de 2010 e um pouco menos, mas também expressivo de 2011.

Contudo, vejo o quadro de forma otimista, com recuperação de tendência crescente e contínua, para tanto, é esperar para ver.