Câmara foi ao bairro Santa Fé

O projeto Câmara vai aos bairros iniciado em 2010 na gestão do então presidente do Legislativo Harty Moisés Paese teve um dos seus mais importantes picos. A região escolhida desta feita a Grande Santa Fé, com a conjunção de todos os bairros no entorno, entre eles, o próprio Santa Fé, o que originou os demais, Vila Ipê, Belo Horizonte, Canion, Portal da Maestra, Parque Oásis, Millenium, São Luiz, Veneza, entre outros. Representando esses bairros, os presidentes ou membros das diretorias e ainda moradores, assim foi aberto microfone, num ato de democracia.

Toda uma estrutura foi montada e como se o ato estivesse acontecendo dentro do plenário da casa legislativa, luzes, câmeras, assessores e cronometragem de tempo para que tudo não fugisse ao controle da mesa diretora.
Inicialmente o presidente da Câmara de Vereadores deu as boas vindas aos presentes, em torno de 120 pessoas e falou em nome dos colegas edis, se colocando à disposição para perguntas e questionamentos, ponto alto da noite.
Alguns aspectos ficaram prejudicados, principalmente no aspecto de resolução das reivindicações, uma vez que problemas relacionados com as diversas secretarias do município são atribuições das mesmas e por este motivo deveriam estar presentes, o que não é possível nestas situações por se tratar de uma sessão itinerante e não uma reunião.
Os maiores questionamentos ficaram por conta da segurança, Orçamento Comunitário, transporte coletivo e o trevo de acesso á Flores da Cunha e por, conseguinte aos bairros em questão.
Segundo os moradores do bairro Santa Fé, o Posto Policial localizada na avenida de mesmo nome, possui apenas um brigadiano e não possui viatura para as ocorrências, se limitando apenas a realizar o Termo Circunstanciado, sem um efetivo patrulhamento sobre o que está acontecendo no resto dos bairros e região.
Ainda sobre a segurança, muitas reclamações sobre o procedimento dos policiais que via de regra abusa da autoridade, levando ao constrangimento muitas pessoas. Diz respeito ainda à falta de preparo e sensibilidade quando se deparam com as mais diversas situações.
Outros aspectos de muita relevância também foram colocados pelos moradores daquela localidade. Os presidentes do Santa Fé Valmor Flores e do Vila Ipê Darci de Jesus comungam a mesma idéia no sentido de uma integração entre todos, moradores e poder público, discutindo e levando as reivindicações aos governos competentes sobre o trevo de acesso aos bairros da região norte e Flores da Cunha. “Entra governo, sai governo e tudo permanece inalterado, com quase 20 anos de lutas e de mortes na Rota do Sol. Está na hora da gente fazer uma paralisação no trânsito chamando a atenção das autoridades para esse grave problema. Na esfera municipal, mais de 400 crianças aguardam na fila de espera por uma creche pública. Sabemos que já existe verba para isso, faltando apenas vontade política para que saia do papel. Não é possível que tenhamos que conviver com esses problemas por mais tempo. A população merece mais atenção por parte de nossos governantes”, salientou Darci.
Usuários do transporte público reclamam nas condições enfrentadas nas paradas da Bento Gonçalves no centro, com grandes aglomerações de pessoas que sofrem com a falta de segurança e a superlotação dos ônibus, principalmente nos horários de picos.
Mas a grande polêmica diz respeito ao pagamento do pó de brita por parte dos moradores, o que não era feito anteriormente. Sobre esse assunto, o Coordenador do Orçamento Comunitário Gelso Marcon falou ao PI, esclarecendo uma série de coisas.
“Esse pagamento do pó de brita é uma resolução do Tribunal de Contas da União que entendia que muito material estava sendo desviado do seu destino por algumas pessoas, onerando os cofres públicos. Antes a prefeitura entrava com a cancha contendo melhorias no sistema de saneamento básico, as pedras e o pó de brita, ficando a cargo dos moradores, o pagamento da empreiteira. Esse dispositivo foi mudado em razão dessas irregularidades verificadas. Atualmente, portanto, a comunidade paga o pó de brita e a mão de obra, perfazendo 40% do custo total do investimento”, salienta
Outra dúvida de muitas pessoas diz respeito ao por que da não realização da demanda ou demora quando não há concordância de todos os moradores envolvidos. Gelso explica. “Procuramos sempre conscientizar a todos os envolvidos de que o prejuízo da não concordância é de todos, mesmo que isso gere certo desconforto, é a própria comunidade que deve tratar dessas dificuldades, pois é ela que vai encontrar a forma de pagamento da sua contratada, a empreiteira. Se fosse a prefeitura que realizasse essa contratação para a realização dos serviços, poderia se dizer do descaso ou omissão, o que nesse caso não acontece”.
A diferença entre o Orçamento Participativo e Orçamento Comunitário está no fato de que no primeiro as resoluções tomadas a partir da escolha dos delegados que decidiam as prioridades dos seus respectivos bairros, enquanto que no segundo, o cidadão decide diretamente pela demanda e vota, sem precisar depender do parecer dos delegados. Caso uma demanda não seja a mais viável para as pretensões da comunidade, pode ser mudado mediante decisão soberana de uma assembléia ou reunião.
No Orçamento Participativo, justamente pelo modelo diferente, 18, 20 demandas eram retiradas ou elencadas pela população, no Orçamento Comunitário o número elevou para em torno de 250, contemplando mais pessoas.
Segundo ainda avaliação do Coordenador do OC Gelso Marcon, devido aos grandes debates sobre o meio ambiente, o calçamento é mais viável e mais barato, principalmente porque agride menos o meio ambiente, retém melhor a água da chuva, gerando menos transtorno para a população.
O presidente vereador Marcos Daneluz prometeu averiguar alguns casos, levar as reivindicações às secretarias relativas e firmou um compromisso com as comunidades envolvidas no sentido de sanar no mais curto espaço de tempo, as demandas.
Estiveram presentes de forma inédita, todos os 17 vereadores, que são Renato Oliveira, Daniel Guerra, Vinicius Ribeiro, Ana Corso, Denise Pessôa, Geni Peteffi, Alaor Oliveira, Marcos Daneluz, Mauro Pereira, Rodrigo Beltrão, Guiovane Maria, Ari Dalegrave, Harty Moisés Paese, Arlindo Bandeira, Renato Nunes, Gustavo Toigo e Édio Elói Frizzo.
Desde que o Projeto Câmara vai aos bairros foi implementado, já foram realizadas seis sessões itinerantes, cinco em 2010 e uma esse ano. Os representantes de cada associação de moradores são chamados para uma reunião, onde são ponderados todos os pontos e os moldes do encontro. Em 2011 deverão ser realizados ainda mais sete encontros.

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