Onde anda você, Walmor Vanazzi

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Por laudir Dutra – laudir43@yahoo.com.br
CAXIAS DO SUL - Uma das cabeças mais privilegiadas da política caxiense dos últimos tempos, homem de personalidade forte, de bem com a vida e de um caráter acima da média, este é Walmor Vanazzi, que desde sua saída da cena política no ano de 2004, não ocupou nenhum cargo político, preferindo cuidar um pouco da sua saúde, da vida pessoal e profissional, deixada um pouco de lado com as demandas na câmara de vereadores.
Perguntado sobre as razões de não estar mais atuando e ter ficado de fora na última eleição que participou em 2004, Vanazzi tem uma resposta bem simples. “Acho que o povo não me quis mais acredito e também pelo fato de muitos candidatos estarem buscando os votos na mesma base. Esses votos que faltaram para a minha reeleição foram aqueles conquistados por outros, que mesmo não tendo sido eleitos, dividiram bastante, impossibilitando a nossa vitória”.
Walmor Vanazzi sempre foi um home público franco e que enfrentava todos os debates de cara limpa. Com seu modo peculiar de fazer política, ele também fazia amigos igualmente, sempre com bom humor e cordialidade, qualidades essas que o fizeram um dos vereadores mais queridos que já passaram pela casa do povo.
Vanazzi ou “Cachorrão”, como era carinhosamente chamado pelos colegas de política, ainda tem saudades dos debates que mantinha com o então vereador colega Déo Deodato Gomes e algumas amizades que refuta de primeira grandeza. “Guardo com muito respeito os debates que mantínhamos eu e o vereador Déo Deodato Gomes. Para mim um homem de admirável caráter e que do qual pude tirar muitos ensinamentos para a minha vida política e também pessoa. Agradeço, portanto a oportunidade de poder ter convivido tão de perto com essa figura pública”.
Sobre Valter Gomes Pinto, falecido recentemente, pela representação e pela grandeza de espírito, Walmor enumera alguns pontos e quem perde com sua partida.
“Em primeiro lugar, perde a família, porque tratava-se de uma pessoa acima da média, bom pai de família. Segundo a Marcopolo que era a sua outra família. Terceiro a Diocese de Caxias do Sul, que nem preciso enumerar aqui os motivos. Quarto a Festa da Uva, que por anos e anos consecutivos, fez parte de todas as iniciativas deste grandioso para a cidade. Quinto a CIC, que ficou literalmente órfã de um dos seus mais atuantes integrantes e por último o município, a comunidade da qual ele era embaixador”.
Atuação na Câmara de vereadores
“Em termos de experiência, a área privada é o meu mote e no setor público foi o complemento que me oportunizou a aperfeiçoar os meus pontos de vista e a maneira de atuar em diversas frente. Uma área é o complemento da outra. O que não existe na área privada, tem na área pública e vice versa.
Tenho orgulho de dizer que em todas as minhas manifestações eram embasadas com documentos, sempre me resguardando para eventuais problemas futuros. Todas as nossas iniciativas ou manifestações precisam ter essa segurança porque logo ali na frente vai surgir isso ou aquilo que pode comprometer toda uma história dentro da política.
Ainda a ressaltar que nunca me senti político em momento algum, fui um agente político e guardarei com carinho a composição da câmara de vereadores do meu tempo.
Mas estar dentro da casa legislativa me fez ver coisas que jamais tive oportunidade de presenciar na área privada. Então foi uma experiência muito boa e gratificante”.
Uma visão social
“Mesmo pertencendo a um partido progressista, sempre tive uma visão social sobre as coisas, especialmente quando o tema falava de ganhos e conquistas para as pessoas. Sempre fui terminantemente contra aumentos de tarifas de água, luz, iluminação pública. Debati esses assuntos e muitas vezes fui voto vencido. Hoje, fora do meio, vejo com satisfação que algumas ‘brigas’ tiveram êxito, a taxa de iluminação por exemplo, foi aprovada e outros encaminhamentos foram dados, provando que estávamos no caminho certo”.
Sobre a definição do ISSQN
“Na época defini como não acumulativo, a Procuradoria Geral do município entendeu diferente e entrou com uma ação direta de inconstitucionalidade junto ao Tribunal de Justiça, ação esta que não foi aceita pelo órgão, dando ganho de causa a este vereador”.
O que Walmor Vanazzi faz atualmente
“Hoje me limito a desenvolver pesquisas de ordem econômica e política e todos os assuntos da globalização e também e invisto em cultura. Te confesso que estou aprendendo muito todos os dias”.
O que vi e não gostei…
“A parte negativa se é que dá para dizer assim, de ser agente político momentaneamente foi sobre a opinião pública que acha que todos os políticos são iguais, são corruptos, jogando tudo no mesmo saco. Existe uma crise política é verdade, mas temos que saber separar o joio do trigo. Acho que essa cultura e pecha vão perdurar por muitos e muitos anos ainda”.
Por outro lado, fiquei feliz por ter sido eleito vereador pela minha cidade. Isso me deu muita satisfação, pois tenho a certeza que foram votos depositados na base da confiança, do conhecimento e da experiência do candidato”.
Afastado…
“Sinto falta da Câmara de vereadores, principalmente da tribuna, onde fazíamos debates sensacionais. Acho que ser vereador está a vontade de querer que as coisas funcionem. Por tudo isso dito, eu seria vereador mesmo que não tivesse nenhum dinheiro para entrar na minha conta todos os meses. Mesmo que o cargo não fosse remunerado, se houvesse a possibilidade, eu faria tudo de novo”.
Se estivesse vereador, qual seria sua postura hoje?
“Acho que eu defenderia a democracia de todas as formas, com todas as minhas forças e não permitiria o ingresso de ideologias totalitárias.
Defendo a democracia para o fortalecimento do princípio democrático no país e a alternância no poder”.
Assessores bem alinhados
“Fui vereador com uma assessoria altamente qualificada, pois que Luiz Triches dos Reis foi auxiliar da Casa Civil do Governador Euclides Triches e Gilda Nora, vereadora, professora, advogada. Os dois dispunham de grande experiência de como conduzir as coisas. Infelizmente ambos já faleceram e deixaram grande saudade.
Eu me atrevo a dizer, com todo o respeito que cada um merece, que esses dois foram os melhores assessores que um político poderia querer e, por conseguinte, os melhores da Câmara de vereadores de Caxias do Sul”
O que mais desejo
“Espero que a composição dos atuais vereadores, que são agentes políticos ali colocados pela população, sejam competentes e orgulhosos dessa função, mantendo sempre conhecidos os seus princípios ideológicos.
Declaro esse desejo porque ideologicamente sempre militei em um único partido e continuo ligado ao Partido Progressista dando assim, exemplo aos candidatos mais jovens do primeiro princípio básico que deverão ter para estar ativos na política, a FIDELIDADE PARTIDÁRIA, SUA DOUTRINA E PROGRAMA”.
Acompanho o excelente trabalho que o vereador Edson da Rosa vem fazendo junto à presidência da casa, não medindo esforços pra representar bem sempre, não se furtando de atuar paralelamente junto ao seu gabinete, o que é sempre importante”.
Falar de tantas experiências vividas
“Caro Laudir, esta tua entrevista me enseja entrar no túnel do tempo e rememorar todos os mês companheiros daquelas legislaturas das quais fiz parte. Isso me proporciona muita satisfação a ponto de me emocionar. Lembro-me dos debates acalorados que mantínhamos quando desejávamos que as nossas ideias fossem aceitas e que fossem definitivas para um melhor encaminhamento para as demandas da comunidade. A todos esses, um forte abraço e a certeza de que guardo apenas boas lembranças e admiração por muitos que ainda permanecem atuando”.
O PP na base aliada
“Muito meritória a participação dos nossos nomes na atual legislatura e também na administração direta. Acredito que estão lá porque são competentes e fizeram por merecer.
Os dois vereadores Guila Sebben e Arlindo Bandeira representam bem o PP. Alem dos nossos dois secretários municipais, Fábio Vanin do Urbanismo e Drica de Lucena do Turismo”. (Foto Laudir Dutra)

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