Paulo Pezzi |
Há muito tempo já se sabe que o poder superior tem comandado a administração dos estados em geral e direciona interesses políticos a frente de todas as coisas, mas em outros tempos a tolerância não era assim tão branda.
No período entre 20 de setembro de 1835 a 1º de março de 1845 o Rio Grande do Sul se revoltou através da Guerra dos Farrapos contra os mandos e desmandos, tudo relacionado aos impostos que o Estado tinha que pagar, em contrapartida importava os mesmos produtos, sem impostos, os quais vinham em forma de concorrência aos produtos daqui.
Esse mês estamos comemorando os 50 anos da luta pela legalidade, novo movimento, também motivado por desmandos impetrados pela Constituição, calando a voz das pessoas, dos contribuintes e daqueles que queriam um estado livre.
E agora fomos surpreendidos, o Brasil todo, com o número ideal para cada cidade, no que tange aos vereadores, estabelecendo limites máximos, porém esquecem eles de estabelecer também os salários que recebem os edis de todo o território nacional.
O que causa mais revolta ainda é que outras profissões estão esperando há décadas esse mesmo tipo de resolução e em nenhum momento estabeleceram a quantidade de médicos, professores e funcionários públicos necessários para atender toda a demanda crescente de usuários desses serviços.
Faltou ainda adequar o salário desse pessoal que assim como todo mundo, precisam ser bem remunerados para desempenhar as suas funções, senão vai acontecer como é habitual, greves sem previsão para acabar.
Quantidade não é sinônimo de qualidade. Lembro-me que certa vez o deputado Ratinho Jr. disse que só ia na Câmara para receber o seu salário, pois nunca teve poder de decisão, e que os projetos ou resoluções mais importantes eram definidos pelos líderes de bancada.
Temos que fazer essa reflexão sobre o que é coerente e mais adequado para a necessidade da população, antes de tomar qualquer decisão sobre aumento do número de vereadores, salários de parlamentares. Infelizmente não temos esse poder e mais uma vez ficaremos à mercê das decisões que vêm lá de cima.
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