Colunista Carlos Calcagnotto


O desempenho da construção civil em Caxias do Sul
É ainda surpreendente o desempenho com crescimento acentuado do número de projetos pela Prefeitura Municipal de Caxias do Sul, para a construção civil, quer seja comercial, residencial, industrial e institucional, segundo o secretário da Secretaria Municipal de Urbanismo, Francisco de Assis Spiandorello.
Em apenas quatro meses de 2011 foram aprovados 336.905,05m² de área a ser construída, totalizando 596 obras novas no período.
Caso esta média permaneça até o final do ano, teremos então um acréscimo de construção civil em torno de um milhão e duzentos mil metros quadrados de obras novas na cidade, quase 20% a mais que no ano anterior. É evidente que isso repercutirá na qualidade de vida para a população.
Do lado positivo, são moradias novas, melhorando a vida dos novos proprietários. Já no aspecto urbanístico, as influências são mais preocupantes, especialmente no sistema viário e de trânsito, além do sistema de esgoto pluvial e cloacal na zona urbana, que está há décadas deficiente em relação às necessidades técnicas do sistema.
Embora os juros bancários estejam em alta, os prazos concedidos no sistema habitacional indicam que a demanda deverá confirmar aquecida nos próximos dois ou três anos, pelo menos.
Considerando a questão relativa à divisão de fiscalização de janeiro a abril deste ano, foram expedidos 584 notificações e 66 autos de embargo de obras irregulares.
Também foram executados 15.222m² de calçadas e 3151 novos alvarás de localização.
Outro aspecto que chama a atenção é a construção de prédios com mais de 10, 12, 15 e até 25 andares, em divisas próximas, anulando em alguns casos, totalmente a visão e a posição solar de prédios vizinhos. Alguns desses, construídos há poucos anos e de ótima qualidade e que agora seus proprietários vêem os seus investimentos imobiliários desvalorizados consideravelmente. Para quem está nessa situação é algo muito desagradável. Curiosamente conheço casos de construtoras vendendo prédios novos com boa vista e posição solar, mas que não informam que no terreno ao lado já elas próprias prevêem a construção de outro prédio contíguo afetando sensivelmente as características prometidas aos seus compradores recém contratados. E isto sem falar nas moradias tradicionais afetadas por estes novos empreendimentos. É claro que isto não é aplicado pela maioria dos construtores, mas os novos compradores devem estar atentos por todos os aspectos legais de aprovação da planta, de registro imobiliário e principalmente o que será feito nos terrenos lindeiros à obra de interesse.
Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.

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