Viagem marcada













Não quero ir, mas vou buscar a paz
Preciso saber como é se não fosse;
Gostaria de ficar aqui, no meu mundo
No meu espaço onde sou mais forte
De onde consigo apreciar a chuva que cai
Mais branda, mais suave sobre o meu rosto,
Mas ir até você é imperioso, necessário...

São enigmas que procuro desvendar
Em tempos de amores silenciosos
Para um coração que ainda não aprendeu,
Que não soube de verdade até onde ele vai
E como pode ser a volta para casa, para a sua vida
Aquela simples, sem pedras grandes no caminho
Sem espinhos para seus pés machucar...

Quando teu rosto contemplo na imensidão
Não quero saber com que roupa está vestida
E se realmente interessa o sentido que toma;
Então observo teus passos, teu sorriso e olhar
E pergunto em voz silenciosa o que fazer
Diante de uma situação tão pura, tão forte;
São devaneios meus, talvez de um caminho
Seguindo as linhas do coração de tão certo
Coberto de leveza, alegria e sentimentos...

Quisera eu ser um Sherlock Holmes
E procurar o elo perdido no teu corpo
Desvendar o mistério que paira no meu ar
Meu ambiente inteiro se enche de aromas
Frascos abertos espalhados por todo lado
Achar natural sentir tamanhos cheiros
Uns fortes, cítricos, alguns suaves, doces
Como você que penetrou nas minhas narinas
Aguçando meus sentidos e dividindo tudo,
Até a linha do meu Equador...

Ser instransponível e deixar o barco seguir
Mesmo que em águas revoltas e ventania,
Achar um norte e a luz de um farol qualquer
Sempre é mais acalentador do que a dor
De ter que ficar náufrago ou refém da corrente,
Então, um porto bem seguro seria teus beijos
Mesmo que isso só fosse possível no cais,
Bem além do destino que imaginei para mim...

Mas vai minha gaivota, busque socorro
Traga até meu mundo alguns mariscos
Para matar minha fome dos teus beijos
Diga aos outros mares que este está bom
Que seguir seria como perder para sempre
Uma chance de viver algo mágico, eterno
Depois da primavera, verão ou inverno
Me perder no outono e colher os frutos
Deste momento que ficará eternizado
Na mente de um timoneiro feliz...

Laudir José Dutra

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