CAXIAS DO SUL - Uma das mais importantes políticas de todos os tempos, há mais de vinte anos de atuação, seis legislaturas, titular em todas elas, respeitada por correligionários e adversários políticos, considerada a mais experiente e preparada entre todos por muitos caxienses, reconhecida pela sua conduta firme em defesa do governo do qual é líder na câmara, coerente, participativa e adotada como uma ‘mãezona ‘ a novos e veteranos colegas. Esta é Geni Peteffi, que abriu seu coração e falou um pouco de tudo a reportagem do Ponto Inicial.
Presidente do PMDB entre tantas alternativas
“Quem não gostaria de ser presidente de um grande partido, mas como fizemos um trabalho de pacificação e união, todos acharam por bem continuar nessa mesma linha de atuação e consolidar o que está dando certo.
Queira ou não, não estou á frente do partido apenas pela minha cabeça, recebo ajuda de todos e o que sou hoje devo ao PMDB. Temos que saber a hora de conduzir o partido profissionalmente e o lado emocional não deve prevalecer nessa hora. Seu eu puder retribuir de alguma forma, estarei sempre presente. Tenho quase trinta anos de política, iniciei ainda lá em 1984, quando me filiei ao PMDB, não me lembro com exatidão, mas me parece que foi o então prefeito Victorio Trez quem abonou a minha ficha. De lá para cá só tenho tido boas coisas para lembrar nesse meio”.
A importância da política na vida
“Não existe diferença e nem tão pouco tempo para separar essas duas atividades. Na política existem dois momentos, quando entramos e quando deixamos. Quando entramos fazemos tudo para se manter nela, participando e tentando levar nossa experiência e trabalho para que a cidade cresça e se desenvolva com a nossa ajuda. Pela cidade somos capazes de fazer qualquer coisa. Aprendi com a minha família que devemos estar bem intimamente para poder estar bem com todos. A Câmara é uma família, passamos a maior parte do dentro aqui dentro. Nunca levo mágoa de ninguém, mesmo com todas as brincas que temos em função das ideologias”.
Vida pública e pessoal se fundem
“Não existe limites, uma vez que a demanda da população é muito grande. Saímos cedo para a rua. Muitas vezes ao chegar em casa à noite, já tem gente me esperando no portão. Mas isso é gratificante, nos dá a sensação de importância que temos para as pessoas. E quando conseguimos resolver as demandas da população isso se torna ainda mais evidente. Não é dar de mãos beijadas, mas mostrando o caminho.
Sempre costumo dizer que não devemos deixar de correr atrás dos nossos sonhos, mas sem que isso tenha um preço a pagar. Existe algumas vezes em que a carga é pesada, mas se conseguirmos dar encaminhamento das necessidades mais prementes está tudo bem, nos deixa feliz”.
Diante de tantos fatores, não desviar o foco
“As emergências são as nossas prioridades. Existem coisas que não podemos deixar para amanhã, devem ser resolvidas rápido antes que sejam agravadas. Tenho que ter em mente que escolhi essa atividade e tenho que atender. Muitas vezes coisas pessoais ficam para um segundo plano. Aliás, as duas únicas razões que me fazem desviar um pouco o foco, meu sobrinho e meu cachorrinho de estimação. Esses dois têm que dar uma atenção todos os dias antes de sair de casa sob pena de na volta eles estarem chateados comigo, tristes. Já me fizeram atrasar alguns compromissos, mas, além deles, nada me faz desviar a atenção daquilo que precisa da minha presença, do meu cuidado”.
Aprendendo todos os dias com a política
“São 23 anos como vereadora e seis anos locada nas escolas, cuidando da merenda das crianças e adolescentes. Lembro das dificuldades que tínhamos na época, recursos parcos, ganhávamos de gente do interior muitos ingredientes para colocar na sopa. Então tínhamos que nos virar de qualquer jeito, pois a necessidade básica da criança não pode esperar para amanhã. Aprendi então o valor da luta, da educação e da humildade, pois de alguma forma, todos acabam sendo parte importante de um processo.
Acredito que todos os dias as pessoas aprendem e eu não sou diferente, ganho experiência a cada dia da minha vida. Tratar com igualdade de condições, porque todos fazem parte de um mesmo contexto, alguns com mais, outros com menos, mas no final, existe o complemento. O resultado positivo é o que mais importa”.
Na política ainda existem coisas que chateiam
“Não guardo rancor de ninguém, estamos nessa vida por alguma razão que muitas vezes não soubemos explicar, temos apenas que nos situar e posicionar. Na atividade política especificamente, algumas pessoas muitas vezes não entendem o processo e nos julgam, extrapolam no seu direito de protestar. Já me jogaram moedas, já riscaram meu carro, me xingaram. Até aceito esse tipo de manifestação, mas devem existir limites para tanta exacerbação.
Passei por dois momentos nem tão distantes assim, houve a votação da abertura ou não do comércio aos domingos e feriados onde votei de acordo com a minha convicção de que temos que pensar que muitas pessoas trabalham o dia inteiro e não tinham tempo para realizar suas compras, principalmente nas datas mais importantes como Natal, fim de ano, por exemplo, e também porque os trabalhadores teriam a sua folga garantida durante a semana.
E por último a votação sobre o aumento do número de vereadores onde fui favorável por diversos aspectos. Críticas a mim vou aceitar, mas ofensas contra a minha família não posso de maneira alguma”.
Permanecer no poder ou não, eis a questão
“Estamos conversando internamente e temos reunido com os partidos que compõe a base aliada. Nunca falamos em nomes e sim em plano de governo e trabalho.
Acho que aparada as arestas sobre a construção do que o prefeito Sartori chama de ‘Terceiro Piso” tudo vai se encaixar e o nome virá naturalmente. Queremos continuar todos unidos em favor da cidade, prosseguir e concluir tudo aquilo que está sendo feito.
Não queremos queimar nomes, precisamos de coerência e consciência tranqüila e quem for o nome escolhido, seja do nosso partido ou de qualquer um da base aliada, vamos abraçar. O mais importante nesse momento é trabalhar em cima do plano de governo.”
A motivação para enfrentar mais uma legislatura
“O que mais me motiva é fazer para o meu semelhante aquilo que ele sozinho não pode fazer. A atividade política nos dá essa prerrogativa. Talvez se não fôssemos políticos estaríamos pedindo ajuda, então, tentar solucionar e direcionar as pessoas no sentido de dar-lhes alento para melhores condições de vida, para o sustento de suas famílias com empregos dignos e qualidade, teremos feito a nossa parte.
Temos a noção de que alguns pontos ainda preocupam a população. Tem a questão da violência que é na esfera mundial, mas que podemos fazer a nossa parte com ações mais eficazes. Muito dessa violência vem das dificuldades que as pessoas encontram para o seu sustento e infelizmente o arrependimento vem depois.
Estamos no caminho certo, os problemas mais caóticos estão sendo equacionados. Somos referência nacional na questão do saneamento básico, por exemplo, onde tratamos até o momento 84% do esgoto. Isso não é para qualquer cidade. Então temos que nos orgulhar e seguir firme trilhando esse caminho”. (Texto Laudir José Dutra/Foto Ponto Inicial).
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