Viajei até você
Eu não sei ser diferente do que sou
Tenho os pés lentos quando vou até você
Mas não tenho o pensamento igual
Quando tenho que decidir
E eu já sei, quero você
Para toda minha vida...
Mas dessa vez é diferente, te tenho
Posso perguntar sem medo o caminho
Ou possivelmente devo seguir sozinho
Decidido, memorizando teu semblante feliz...
Meu destino me ensinou a ser assim
Te ver será o que de melhor posso fazer
Buscar a felicidade em lugar distante
Querer que tudo possa acontecer e sonhar;
De repente ser aquilo que você espera
Deva ser o que mais quero realmente..
Chorar, sorrir, sonhar, querer, buscar
Verbos tão repetidos que agora escrevo
Transformar em adjetivos e depois
Gramaticais sentidos de vetores
Felizes, esperados, sonhados...
Mas pode até não ter sentido tudo isso
E eu nem busco um único sequer
Quero que seja cheio de coisas simples
De caminhos fáceis ou de espinhos sem ponta;
Partilhar contigo as coisas que sinto talvez
Seja o que será preciso buscar e ter de verdade
Mesmo que eu possa ter que voltar sozinho...
Agora devo parar de escrever, recitar
Pois todas as palavras bonitas que poderia
Que deveria dizer, talvez fique para depois
Frente a frente, olhando nos olhos e falando
Querendo que você traduza em gestos
Tudo o correspondente que uma viagem
Um caminho pode nos levar...
Então seja fácil de decifrar, seja sem enigmas
Sem curvas difíceis e nem semáforos de luz,
Seja livre para ouvir, breve para decidir
E sorridente com uma palavra amiga;
Mas que seja acima de tudo, afeita
Para os meus carinhos, meus beijos
E meus afagos, por que tudo o que
Importa, o que tem realmente a ver
São os sentimentos que a gente pode
Dispor enquanto vivermos para nós..
Laudir José Dutra
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