Toda poesia tem história



Toda a história que vivemos dá uma poesia
Uma situação inusitada, um encontro
Um adeus, um aceno, um até breve.
Até na lágrima da despedida tem poesia...

Talvez pelo medo de um não reencontro
Ou por puro adeus com jeito de ‘até breve’,
Mesmo assim, poesia pura, sensibilidade única.
Talvez da próxima vez, de um reencontro desejado
Um cavalheiro sentará à beira da praia e verá ela
Com cabelos soltos, sorriso farto nos lábios, mas
Não deixará de notar uma lágrima que cai,
Isso pode ter muitos significados, talvez
Algo que nem parecia possível acontecer,
Ela voltou para ele e meio que incrédula e
Indiferente ao destino, correu para seus braços;
Acho que a poesia se repetiu por diversas vezes...

As músicas são iguais às poesias descritas,
Lembram um momento da vida da gente
Quando estamos ali presente nem pensamos
Não imaginamos como será o amanhã,
Uma letra de música no velho rádio
Toca disco empoeirado, agulha gasta
Caixa de som insensível permite tudo
Canção a todo volume penetra de mansinho
E sozinho mesmo com um monte de gente,
Contemplamos todo o tempo que vivemos.
Sem ter tempo para idealizar o futuro que viria,
Que seria assim, tão cheio de perguntas, de ‘ses’
E de respostas que talvez não contemple tudo,
Nem a mais simples das constatações...

Mas mesmo assim é poesia estar em tempos
Diferentes, intensos, incertos, inesquecíveis.
Parar para pensar em tudo o que a gente fez
Coisas importantes que marcaram, ficaram
Eternizamos nosso passado, não deu tempo
De armazenar em um cd todas as coisas
Em tempos que a nossa alma processava tudo
Que vivia cada coisa intensamente e simples.
Ah, saudade de tudo, da família, dos amigos
Da escola e dos banhos de rio sem roupa...

Se pudéssemos voltar só um pouquinho e reviver
Acho que a alma da gente agradeceria de verdade
Sentiria por nós tudo aquilo que queríamos
Permitira que falássemos todas as coisas que,
Por alguma razão, não tivemos coragem de dizer;
Segredos compartilhados com o coração, do ser.
Hoje tudo me parece tão no fim, sem tempo,
Uma necessidade de fazer tudo de novo é grande,
Apagar as velhas mágoas, viajar de trem, de ônibus
Esquecer que toda a tecnologia e modernidade
Me tornou um homem atrás do meu tempo...

Penso que ainda existe muito nessa estrada,
Que a mata, os rios e os campinhos de pelada
Ainda estão ali à minha espera, basta eu ir;
Soltar uma pipa, dançar sem parar, esquecer
Que nem só os finais de semana são para viver,
Tem a segunda que nos traz a sensação de que
Podemos sim ficar sem fazer nada, de alma leve
E de cabeça boa, mesmo que existam afazeres...

Na terça, posso ir almoçar com a mãe, abraçá-la
E pedir que me faça uma massa com guisado,
Eu levo o refrigerante, a salada e o carinho,
Ela entra com o colo e o sorriso que
Só uma mãe sabe dar a um filho;
Posso saber de tudo o que ela tem passado,
Se sentiu falta, se está se cuidando, feliz.
Não tem maior felicidade do que esta,
Saber que a mãe da gente, viveu todos
Absolutamente todos os momentos da
Vida da gente, mesmo os que guardamos
Para contar bem depois do ocorrido...

Em tudo tem poesia, alegre, triste
Poesia e sua verdadeira essência.
Na quarta-feira podemos namorar
Traçar planos para a vida, para o futuro.
Então, esta poesia é para celebrar tudo
Reviver todas as coisas que tivemos
Umas que permaneceram, outras que se foram
Mas que acima de tudo, tornaram possíveis
Escrever tantas coisas lindas, do coração
Para o coração daqueles que sabem amar...

Na quinta-feira o gosto dos teus beijos
Ainda estão na minha boca, são os resquícios
De uma noite perfeita dessas sem censura
Onde a única testemunha é o silêncio da noite.
Essa passou rápido, nem deu tempo de sentir,
Saudade, perfumes inebriantes perturbaram,
Os sentidos e a forma de encarar a vida, agora
Estão mais claros, mais leves, já não pesa mais
Saber que a sexta-feira, o sábado e o domingo
São dias iguais a qualquer dos acima citados,
Tudo depende do jeito e a forma como soa,
Se poesia para o nosso coração ou simples
Momentos que devem ser vividos à exaustão...
Laudir José Dutra

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