Diálogo, monitoramento do uso da internet, e tratamento
psicológico ou psiquiátrico auxiliam na prevenção do suicídio
Causar dor, provocar risco de morte e desafiar ao suicídio,
são alguns dos objetivos da Baleia Azul, uma espécie de gincana com tarefas a
serem cumpridas durante 50 dias. As "missões" seriam orientadas por
um curador, que verifica se os resultados alcançados pelos jogadores são
satisfatórios, e apresentariam graus de dificuldade variados: assistir a filmes
de terror, acordar de madrugada, desenhar baleias, criar inimizades e se
automutilar. Além do jogo, existem vários fóruns na deep web (web invisível)
que promove o desafio há muito tempo, além das chamadas creepypastas, histórias
de suspense e terror encontradas na internet que são criadas para chocar e surpreender
o leitor.
A docente do curso de Psicologia da Anhanguera de Caxias do
Sul, Sabrina Rugeri, alerta que mesmo sabendo do perigo, os jovens, pela
curiosidade típica da idade, sentem-se instigados a conhecer os jogos. “Além da
Baleia Azul, há o Jogo da Asfixia, o Desafio do Sal e Gelo (em que
participantes devem queimar a pele e compartilhar imagens nas redes sociais), e
o Jogo da Fada (que incita crianças a acionar o gás do fogão durante a
madrugada, enquanto os pais dormem). Geralmente o principal motivo da
participação nesses desafios é chamar a atenção dos pais, por isso, é
importante o diálogo”, diz.
O docente do curso de Psicologia da Anhanguera de Caxias do
Sul, Vinícius Dalla Rosa Padilha, confirma a importância da conversa e da
conscientização dos jovens sobre os riscos. “É importante que os pais conversem
com os filhos, entendendo os dilemas relacionados ao período da adolescência,
sem julgamentos. Além disso, é recomendável monitorar o uso da internet, as
redes sociais dos filhos, e observar comportamentos estranhos”, explica.
Os jovens que podem pensar na prática do suicídio costumam
dar indícios de uma possível depressão, com sintomas, como: irritabilidade,
agressividade, isolamento social, fadiga, excesso ou falta de apetite,
dificuldade de concentração, alteração do sono e automutilação. “É preciso
considerar a intensidade e a frequência desses sinais, e analisá-los dentro de
um contexto amplo, avaliando o estado geral do adolescente. Manter o diálogo
com a escola também é importante. E se necessário, encaminhar o adolescente
para o acompanhamento de tratamento psicológico ou psiquiátrico”, avalia
Padilha.
“Criar espaços para escuta e diálogo são programas simples,
mas, fazem toda a diferença. Esse espaço pode ser realizado em casa, nas
escolas, e em grupos de apoio.
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