Abrace o idoso, abrace o teu futuro

É do conhecimento de todos que ao atingirmos a melhor idade, uma grande parte fica às margens da sociedade, sem contar com aqueles que se aproveitam do benefício e na primeira oportunidade, internam o idoso em um asilo ou numa dessas casas ‘especializadas’ em cuidar de gente velha.

Ao retirarmos o idoso do convívio familiar ao qual ele estava acostumado e simplesmente interná-lo em um asilo, com regras totalmente diferentes, aliás, com regras, pois na casa da gente, nós fazemos as próprias regras de convívio.

Aliás, em muitos desses locais, há exemplos de maus tratos com cenas de agressões quase que diárias, além de constrangimentos variados, sem contar na estrutura física. Na sua casa ele conhece os caminhos, por onde ele precisa ir, a estrutura física de um asilo por exemplo, são diferentes e muitas vezes não atendem as necessidades da pessoa e numa dessas vezes em que ele vai se desloca, pode sofrer um acidente com conseqüências irreversíveis.

Outro aspecto que devemos observar quando tratamos dos nossos idosos, são as oportunidades e as facilidades para se contrair empréstimos consignados, ou seja, aqueles que já são descontados no próprio banco em que ele recebe, pois a grande maioria dessas pessoas não ganha nem para o seu sustento e algumas famílias se acham no direito de adquirir esse tipo de empréstimo, muitas vezes com um número excessivo de parcelas, altos juros e despesas financeiras exorbitantes.

Como se sabe, o valor da aposentadoria em muitos casos não cobre nem o custo dos medicamentos que eles precisam tomar todo mês.

Diante dessa situação, o poder público deveria subsidiar e incentivar creches ou espaços para essa faixa etária, principalmente nos bairros do domicílio dessas pessoas, ou seja, o velho permanece no convívio dos familiares, dos amigos e ainda por cima, não se sentirá excluído de qualquer decisão que possa ter ligação com ele.

Assim como existem as creches para crianças, que também possamos oportunizar os velhos desse benefício. Pela manhã deixamos o nosso pai ou mãe na ‘creche’ e ao retornar do trabalho, vamos lá e o levamos embora para dormir em casa.

Claro que quem ama o seu pai ou mãe, jamais precisa fazer esse descalabro que é colocá-los em asilo ou casa de repouso. Se doente é outra situação, interna em uma clínica, ele recebe todo o cuidado, mas assim que ficar bom, volta para casa onde é o seu lugar.

O título é bem sugestivo e é proposital, adote o idoso, abrace o seu futuro.

Por Paulo Pezzi