Foi um fiasco a saída de Seleção Brasileira da Copa América. Jamais se viu uma equipe de futebol errar quatro chutes numa decisão por penalidades máximas e o Brasil foi o primeiro. Aliás, somos o primeiro geralmente nas coisas ruins quando se trata de esportes. Falta espírito esportivo, de competitividade talvez?
LA PLATA - Pode ser, quando assistimos outras seleções jogando ficamos a nos perguntar se foram elas que evoluíram ou se fomos nós que deixamos de jogar o futebol mágico que nos tornou referência mundial. A garra uruguaia, a preparação física da Colômbia, do Paraguai e da própria Argentina, que mesmo tendo sido eliminada, jamais se omite dentro de campo, apesar dos mandos e desmandos dos seus dirigentes, que deixam grandes jogadores espalhados pelo mundo de fora, em favorecimento das estrelas.
Acontece o mesmo aqui no Brasil. Parece que é proibido convocar jogador que atua no país, praticamente todos os chamados atuam no exterior. Nomes como Hulk, Jadson, Ramires, etc. figuram entre os considerados fora de série. Sim, pois desde que o mundo é mundo, os melhores devem ir para seleção. Aí acontece o que se viu nessa Copa América, o treinador acaba por se enterrar no seu preciosismo e ‘ensimesmado’, leva aqueles peixes de sua confiança. Na hora em que as coisas não acontecem, ele e os milhões de brasileiros olham para o banco e não vêem ninguém que possa mudar o panorama do jogo.
O fato é que nessa ânsia de preparar a seleção para a Copa de 2014, os dirigentes e treinador não estão preocupados com os jogos amistosos até lá. Derrotas são comuns e mesmo que elas acontecem mais do que o normal, tudo bem, o importante é a Copa de 2014.
Muitos brasileiros deram graças a Deus que terminou esse martírio que é assistir aos jogos do Brasil. Todos sabem que não chegará a lugar algum.
Se eles não estão nem aí para o jogo, preferindo a disputa de beleza como o melhor cabelo, o mais bonito, o mais pegador, por que os brasileiros devem torcer e sofrer por eles. Deixa pra lá os recados do Neymar no twitter antes de cada jogo, aliás, minutos antes de cada partida, do Elano dando o fim do seu namoro com a Nívea Stelmann pelo mesmo twitter e de dirigentes de clubes da Europa dentro do vestiário da seleção acertando detalhes de transferência de jogadores. Realmente, saiu na hora que tinha que sair.
Alguns ficam bravos com a imprensa ‘babaca’ que relata esses fatos, dando a entender que os jogadores são intocáveis, que não devem se expor, esquecendo que já houve tempos em que jogos foram decididos no vestiário com a discussão de bicho por título ou por vitória. Não tem como não falar essas coisas.
Eles ganham milhões de dólares por mês, o futebol movimenta outros bilhões, os ingressos nos estádios são caríssimos, virou um esporte de elite, qualquer perna de pau é tratado como astro, em alguns clubes como o Internacional de Porto Alegre, o Grêmio, o São Paulo, por exemplo, têm um quadro de sócio tão grande que cidadão comum, aquele que realmente gosta de futebol está deixando de ir ao estádio, pelo simples fato de que a capacidade da praça de esporte já está comprometida. Bom para os clubes, para a saúde do futebol, mas na contrapartida, não são apresentados jogadores capazes de ganhar títulos.
A seleção virou passarela onde a beleza e a vaidade vem em primeiro lugar. A televisão estava mais preocupada em mostrar o belo casaco inglês do treinador Mano Menezes, e o treinador, durante as cobranças de penalidades máximas, observava e fazia algumas anotações em sua prancheta, como a entender que o resultado final era o que menos importava naquela hora. Que saudades de jogadores como Pelé, Falcão, Rivelino, Gerson. Nesses tempos aí, craques como Toninho Cerezzo era considerado apenas um jogador comum.
Por Ludir Dutra
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