Ir em busca de algo
Viver as coisas como elas se apresentam
Sem choro, sem desculpas, sem enganos
Ou sem nada para lamentar no final
Se por acaso algo não saia como planejamos
Isso é o verdadeiro sentido de se estar vivo...
A busca deve ser incessante, incansável
Lamentos disfarçados de risos tímidos
Gritos do coração à voz embargada
De nada serve uma luta sem sofrimento,
Sem sofrer não existe vitória que seja assim
Tão saborosa no final de tudo o que se passou...
Essas viagens que a gente emprega vida afora
Como se o caminho fosse tão longo, sem fim
Para mim tão afeito a emoções fortes
Que sorte as vezes me bate a porta
Querendo entrar, me convidando à vida
Às angústias que só o amor consegue dar...
Mas no final de tudo, uma busca completa
Uma descoberta, um sentido de onde devo ir
Buscar de longe uma coisa para perto dos olhos
Da mente até que seja visível ao coração
Perdão, cabeça dirigida pelo motor da alma
Sentidos tão desgastados pelo pouco brilho
Alma ansiosa que jamais desiste e insiste
Que o lugar dela é perto de uma outra alma
Calma, agitada, devastada também por
Tempestades que varrem toda uma vida...
Que medo empregado na busca é esse
Carregado de duras palavras secretas
Dessas indiscretas que fazem a gente pensar;
Cada um sente de uma maneira, se jogar
De cabeça, de corpo, sem uma alma pra proteger
Nem que tudo saia do controle, foge pra longe
E que depois de tantas voltas percorridas
A gente possa sentar e esfriar a cabeça
Rever os pontos, fazer um balanço
Recuar para dizer o quanto foi bom
Ter lutado tanto, aprendido tanto
Mesmo que nem tudo, nem sempre
A gente pode segurar a onda, aí
O que resta a fazer é chorar muito
E rever todos os bons momentos
Vividos e curtidos durante a jornada...
Laudir J. Dutra
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