Alaor Oliveira: A voz do rádio emprestada à política


Por Laudir Dutra
Você conhece as pessoas realmente, sabe suas origens, família? Quantas vezes você ouviu alguém falar que o fulano, o beltrano fez isso ou aquilo, fora das suas atividades ‘normais’?
Nesse caso cabe a pergunta e a pertinência se faz necessário. Quem veio primeiro, o ovo ou a galinha? Ou seja, quem veio primeiro, o político ou o locutor de rádioAlaor Oliveira.
A iniciativa é tornar público o paralelo entre profissões distintas desempenhadas pela pessoa pública, dessas que você vê na televisão, no plenário da câmara de vereadores, na rua, em um evento social ou no rádio, sem imaginar que por trás daquele rosto, daquela voz, existe outra pessoa ou personagem. Poderia ser um chefe de família ou um anônimo qualquer, que no seu tempo, no seu espaço, faz toda a diferença.
Alaor Oliveira começou suas atividades no rádio há muitos anos atrás, mais especificamente em 1975. Natural de Montenegro, na capital gaúcha conheceu alguns incentivadores e seus mestres, Marne Barcelos, o maior deles e outros ícones da voz. “Quando eu era menino ouvia muito o Dilamar Machado que fazia o tipo de programa que eu faço, que é abrir o estúdio para o público e recebê-lo com o programa ao vivo. Aprendi muito com essas pessoas.
Mas não foi nada fácil no início, meu pai me questionava muito sobre atuar no rádio e ainda por cima no AM (Amplitude Modulada), que segundo ele, estava com os dias contados, pois tudo se moderniza e daqui a pouco vão fechar esse tipo de emissora. Mas para a minha felicidade e insistência, isso acabou não acontecendo e até hoje estamos atrás do microfone”.

A política na sua vida

Alaor Oliveira entrou para a política em 1988 a convite de Germano Rigotto. Participou pela primeira vez e obteve em torno de 150 votos. Não desistiu, na eleição seguinte foi o mais votado com 6262 votos. Lá se vão 18 anos na política.“Queira ou não, a política me abriu outras tantas portas, mas sei separar o vereador e o radialista. Não levo para o rádio a minha vida dentro da câmara ou vice e versa. Essa foi a minha proposta desde o início, não tirar proveito do fato de estar no rádio para canalizar algum tipo de vantagem dentro da política. Pretendo continuar assim exatamente como está me dedicando cada vez mais na política e no rádio. Afinal é minha vida, é aquilo que sei fazer de melhor”.


Os muitos ouvintes são a prova do sucesso

No seu programa na Rádio 1010 AM das 9h às 13h diariamente, atende os ouvintes pelo telefone 3289.3010, e no seu pico maior de audiência, em torno de 18 mil tentativas para falar ao vivo, o que muitas vezes lhes possibilita tocar apenas duas ou três músicas durante as quatro horas no ar, tamanha é a interação com o público. A resposta é imediata. Os ouvintes contam as suas histórias, os seus anseios, suas experiências de vida, buscam orações pessoalmente no estúdio da rádio.
“Faz muitos anos que ouço o Alaor. Gosto de tudo no programa, das orientações que ele dá às pessoas”, conta Cacilda da Silva Bueno, Kaká, 81 anos, natural de Portugal e que veio para Caxias ainda criança.
Assim é a interação com muitas outras pessoas, ouvintes que se tornaram amigos, como Maria Villaboas de Barracão, moradora em Caxias há 30 anos.
Antenor Legnaghi, cadeirante há 35 anos, não disfarça a sua ligação com o programa do Alaor que é o rádio na sua verdadeira essência. “Não consigo ficar sem ouvir rádio. Cedinho sintonizo e só saio quando tenho que fazer outras coisas durante o dia. Como cadeirante há tantos anos, escolhi o rádio portátil como minha companhia diária inseparável”.
Assim como Ataíde Gomes da Silva, ouvinte assíduo do programa do Alaor Oliveira. “Sem o rádio me sinto sozinho, é a minha companhia indispensável”.
Para esse radialista de voz marcante, não existe nada mais gratificante do que o reconhecimento das pessoas em cima de um trabalho dedicado e feito com amor.“Acredito que o rádio AM tem sobrevida e deve permanecer assim por muito tempo. Tem a ver com o passado das pessoas, que se identificam por lembrar e ter relação com as suas raízes”.


O show não pode parar

“Agradeço ao Lucindo Amaral, meu mestre maior, minha gratidão eterna. Ao meu professor no rádio Marne Barcelos e tantos outros que me incentivaram e passaram a ser meus ouvintes sempre que possível. Acredito que meu maior legado são as pessoas que trabalham comigo hoje, que elas possam se inspirar de alguma forma, que façam as coisas com amor e carinho, do jeito que eu faço. Que tenham a sensibilidade de propagar o bem entre as pessoas, que muitas vezes só precisam de uma palavra de incentivo. Independente da profissão que se ocupa, é preciso seguir em frente e não permitir que o rádio morra”.
Alaor Oliveira, há 37 anos no rádio e 18 anos na política iniciou na Rádio Montenegro na cidade de mesmo nome, depois foi morar em Porto Alegre, trabalhou na Rádio Caiçara, passou pela Difusora, (Band atualmente), foi o fundador da Rádio Excelsior de gramado. Ingressou na Rádio Caxias em 1983, depois desenvolveu o projeto da 1010 AM, onde permanece até hoje. “Penso que estou político, mas sou radialista e pretendo continuar assim até o dia em que minha saúde permitir. Devo muito ao rádio, minha escola de vida.
Hoje com os meios de comunicação, internet, facebook, twitter, facilita para que façamos com mais tranquilidade as coisas, mas o que jamais vai mudar é essa nossa vontade de fazer as coisas, de ter ligação direta com os ouvintes, que hoje posso dizer que são milhares de amigos que tenho”. (Fotos Ponto Inicial)

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