Édio Elói Frizzo: “Só quem elege tem o direito de cassar. Se o povo elege mal, deve arcar com as conseqüências”.

CAXIAS DO SUL - Édio Elói Frizzo nasceu em Canela/RS. Em 1960 veio para Caxias do Sul, morou no bairro Cruzeiro e em Santa Lúcia do Piaí. Pelo fato do avô possuir duas olarias, uma em Santa Lúcia e outra no Paraná, se dividia entre os dois estados, mas viveu muitos anos no interior de Caxias do Sul. O avô getulista fundou o PTB, que passou esse gosto pela política para os filhos.
     Frizzo iniciou na política participando em grupos jovens no Sagrado Coração de Jesus, no bairro Cruzeiro.
     Por dois anos participou da diocese de Caxias, onde era coordenada pelo Padre Luis Colussi, que mais tarde se tornou Bispo do Paraná (PR).
     Ingressou de fato na política partidária, abraçando a campanha do ex-deputado federal Nadyr Rossetti. Em 1976 já participando do setor jovem do antigo MDB, organizou a campanha do então candidato a vereador José Ivo Sartori no bairro Cruzeiro, igualmente em 1978, quando candidato a deputado estadual.
     Em 1979, já na faculdade, entrou para o PCdoB, com intensa participação no Movimento Estudantil, tendo sido vice-presidente da União Estadual dos Estudantes.
     Em 1982, elegeu-se para o primeiro mandato como vereador, tendo sido o terceiro vereador mais votado na cidade pelo PMDB, em razão do PCdoB ser considerado partido clandestino.
   
Em 1985 no governo Sarney, o PCdoB fora legalizado e, junto com o vereador João Ruaro do PCB, assumindo a condição de vereadores comunistas na câmara.
    Em 1988 foi o vereador mais votado na cidade pelo PCdoB.
    Em 1992 concorreu a prefeito de Caxias do Sul pelo PCdoB. Em 1995 saiu do PCdoB.
    Em 1997, convidado pelo prefeito Pepe Vargas, assumiu o cargo de Assessor Jurídico da SEPLAN.
    Em 2003 e 2004, ainda no governo da Frente Popular, ocupou os cargos de Secretário do Meio Ambiente e Diretor do Samae.
    Ainda em 2004 foi reeleito para o terceiro mandato como vereador pelo PT.
    Após uma breve passagem pelo PPS, concorreu a vereador pelo PSB, tendo ficado na condição de 1º suplente, assumindo uma cadeira na câmara em função da ida de dois vereadores do PMDB para a administração pública.
   É professor pós graduado em História pela Universidade de Caxias do Sul, trabalhando na Secretaria Municipal da Cultura junto ao Arquivo Histórico.
    Também é advogado, profissão exercida há vários anos, junto a sindicatos de trabalhadores de Caxias do Sul.
    Especialização na Câmara na área de parcelamento do solo, tendo sido relator dos principais projetos que tramitam no Legislativo durante este período.
    Leis de águas e leis de parcelamento do solo são algumas destas participações.
    Junto com a vereadora Geni Peteffi, participou da criação dos parques ecológicos do Mato Sartori e dos Pinheiros do leste e do maior parque ecológico de Caxias do Sul, o Parque Sanvito, próximo ao Iguatemi.
    Foi autor da lei que proíbe os carros de som na área central, entre o conjunto de mais trinta leis aprovadas em quase quatro mandatos.
    No Samae, iniciou os trabalhos de implantação do Plano Diretor de Esgotos e Drenagem, com prosseguimento nos dias atuais.
    Na secretaria do Meio Ambiente, iniciou o processo de licenciamento ambiental.
   Na SDU, legalizou mais de quatro mil lotes irregulares.

Projetos para o futuro

    “Como militante do Partido Socialista Brasileiro, com o qual me identifico totalmente, inclusive onde sou membro da Executiva Estadual, centro o meu trabalho na organização partidária, apostando na presença do PSB de forma diferenciada nas eleições 2012. A idéia é ter pelo menos dois vereadores e ter presença na chapa majoritária.
    Atualmente fazemos parte da base do governo Sartori, governo que entendo, vai marcar época em Caxias, em razão do elevado número de obras que a cidade vem recebendo, sem deixar de dar a devida atenção às áreas sociais.
    Entre os meus projetos aprovados, está aquele que considero de maior relevância, o Conselho Municipal de Defesa do Consumidor, que deu origem ao PROCON de Caxias”

Ter o nome sempre lembrado quer dizer muito

    “Sem modéstia, sempre tive uma presença ativa na política caxiense. Considero-me um político que conhece a cidade e com propostas claras na solução dos problemas. Defendo entre as minhas propostas, a humanização do centro da cidade, a municipalização da BR 116 e a federalização do traçado do novo anel da perimetral e como sugestão, que tenha obrigatoriamente oito pistas.
    Como presidente da Câmara de Vereadores durante dois mandatos, iniciei as obras de ampliação do atual prédio, bem como carrego com orgulho no meu período ter aberto a utilização dos espaços da câmara a toda a comunidade.
    Implantei o site transparência, tendo minhas contas aprovadas pelo TCE por duas oportunidades, sem nenhuma pendência. Presidi as principais comissões da casa.
    O projeto onde mais tenho empenhado esforços é o do prédio da Metalúrgica Abramo Eberle com a instalação de um grande mercado público. O prédio é do grupo Mundial, ex-metalúrgica Eberle, onde atualmente funciona o Grupo Voges, que deve sair no final do ano”.

O número de vereadores vai aumentar

    “Aumenta a representatividade, só por aí já se justifica a mudança. Vai possibilitar que setores que não têm acesso elejam seus representantes.
    Importante dizer também que a nossa câmara é aquela que menos tem gastos, ultrapassando pouco mais de dois de um total de 6% possíveis. Quem foi contra estava errado e deve admitir isso, pois confundiu custo com representatividade.
    Para uma cidade com 436 habitantes está de bom tamanho. “Vale lembrar que a Caxias já possuiu em outros tempos mais de 17 vereadores (21), antes de chegar à condição que hoje ostenta, a de metrópole”.

Corporativismo por conta do sistema de governo

    
Só quem elege tem o direito de cassar. Se o povo elege mal, deve arcar com as conseqüências”. Entendo que se o povo não está satisfeito com o mandato do seu vereador, em qualquer tempo deve substituir, isso chama-se parlamentarismo.
     O regime presidencialista que ora estamos vivendo coloca em risco a democracia, que fica com as mãos atadas sem poder tomar qualquer tipo de decisão”.

As eleições 2012 já batem á porta

    “É uma eleição aberta. Acho que isso é bom, o povo tem um espírito de renovação, nem sempre aposta nas mesmas pessoas.
    Caxias não renovou muito na prefeitura nos últimos tempos e na sua história porque sempre tivemos a sorte de ter bons prefeitos. Não me recordo de algum político envolvido em desvio de recursos ou coisa do gênero. Acho que Caxias é uma ilha comparado com o resto do Brasil.
    Mas quem entra para a disputa, deve estar preparado para uma cidade que cresce violentamente, com demandas cada vez mais urgentes nas áreas da saúde, trânsito, etc. e quem nós elegermos deve ter uma ação mais descentralizadora de Brasília e buscar recursos para atender as demandas.
    Hoje os políticos que nos representam na esfera estadual e federal são muito tímidos e têm deixado a desejar.
    Para uma cidade que recolhe mais de R$ 10 milhões em impostos, é inadmissível que nem um décimo retorne. O exemplo disso tudo que estamos falando é o projeto do Trem Regional que se arrasta por mais de 10 anos.
    A última grande obra federal em nossa cidade com recursos da União, que foi a Represa da Maestra, já tem mais de 50 anos. Somente agora no governo Sartori foram destinados R$ 30 milhões a fundo perdido para as obras do Fátima Baixo.
    E a última grande obra estadual, o HG, já tem mais de 15 anos, necessitando urgentemente um Hospital do Pronto Socorro para atender a região. São estes desafios que me estimulam a continuar na política.
    Como dizia o escritor francês Arnold Toynbe, “O maior castigo para aqueles que não se interessam por política, é que serão governados por aqueles que se interessam”.

Não há receio de ficar fora da política

    “Me considero um militante, nunca vivi de política, pois sempre trabalhe. Participo da política por consciência. Quem acompanha meus mandatos sabe que eventualmente ganho na câmara é utilizado na organização política, no apoio às associações de moradores, entre tantos”.

O grande debate que devemos fazer

    “Hoje sem sombra de dúvida, o grande debate é Qual a cidade que queremos construir. Temos grandes desafios. O meu sonho é viver numa cidade mais humana, mais participativa, mais engajada na resolução dos seus problemas.
    O grande empreendedorismo que nos diferencia, seja voltado para as demandas urgentes na área da saúde e um ensino público de bom nível a todos.
    Como dizia Eduardo Campos, “Que se olhe para a cidade com a visão e o olhar daqueles que mais precisam e que se estabeleça em Caxias, como cobra o nosso povo, uma cultura do fazer e não a da promessa eleitoreira”.
    Lamentavelmente vários setores representativos acabam entrando em lutas estéreis e a população acaba lutando sozinha. A cultura individualista precisa ser melhorada em favor de outra mais coletiva.

O papel da imprensa no contexto

    “Acho que a grande mídia erra ao destacar apenas as coisas negativas e não o contrário na vida das pessoas. É a cultura da manchete fácil, sensacionalista, que destrói pessoas e jogam elas às traças.
    A liberdade de imprensa, embora algo inerente à democracia deve ser exercida com muita responsabilidade, especialmente com isenção. E a raiz do problema é exatamente os grandes monopólios que exerce uma ditadura e seleção de informação, defendendo os interesses que isso representa.
    Isso só vai se resolver com mais democracias principalmente para as classes menos privilegiadas para o povão, que no meu entendimento, deve ter como norte a defesa de que todos devem ter no mínimo as mesmas oportunidades, respeitando as diferenças pessoais. O que vai diferenciar as pessoas é a capacidade de cada um, que é da natureza do ser humano.
    A culpa é a busca desenfreada pelo capitalismo. A riqueza mundial precisa ser mais bem distribuída e a partir da nossa é que vamos contribuir para melhorar o país e o mundo. (Foto Ponto Inicial/Texto Laudir Jose Dutra)

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