Para que serve a concentração dos jogadores de futebol

‘Se concentração ganhasse jogo o time dos presidiários seria campeão de todos os campeonatos’. Essa máxima do dito popular vem ao longo dos tempos sendo usada como desculpa para o mau profissional da bola dar uma ‘escapadinha’ ou até mesmo para ficar mais no convívio de suas famílias ou amigos.

OPINIÃO - É comum hoje em dia os boleiros ficarem até altas horas da noite na internet respondendo e-mails ou falando com pessoas de suas relações, ficando muitas vezes fora do objetivo principal que é o campo de jogo.
    Esses dias saiu na rede que o Neymar, grande craque do futebol brasileiro e com um futuro brilhante pela frente, dependendo da orientação que recebe em casa ou no seu trabalho, no caso o treinador, colegas de clube ou dirigentes, antes de cada jogo fica conectado nas redes sociais. Nada anormal para um garoto da sua idade ou geração, mas para ele Neymar enquanto profissional ou para o clube ou seleção que pagam seu salário, isso interfere e muito no desempenho de suas funções dentro de campo.
    Nós enquanto imprensa ou formadores de opinião, temos que assumir a nossa responsabilidade na questão. Quando falamos apenas que se trata de um garoto bom de bola, diferenciado e que poucos são ou chegarão ao estágio em que ele se encontra, até porque futebol não se aprende, ou se sabe jogar ou não sairá do comum, pois se trata de um dom, deixamos de mencionar o fato de que ele tem responsabilidades com essas pessoas ou agremiações que lhe deram todo o suporte para chegar até onde chegou.
    Falo nele como exemplo, não é o único no país, apenas para não passar a impressão de que se faz uma perseguição àqueles que ganham bem. Tem todo o direito ele de se sentir ‘o cara’, afinal de contas, o endeusamento acontece a partir das passadas de mãos na sua cabeça ou de uma meia dúzia que todo o mês recebem também para ‘segui-lo’, sem nenhuma alusão ao twitter.
    Temos que valorizar os nossos craques, mas não esqueçamos que um somente não vence jogo. Hoje o Neymar ganha a bagatela de R$ 537,00 mensais, poderá ganhar mais, isso é bem possível, haja vista a escalada dessa profissão que consegue manter um atleta ‘enganando’ por um longo tempo, mesmo que não jogue tanto assim. São as promessas que deram certo, pois tiveram um bom marketing ou alguém mais esperto que elas para vender o produto, inflacionando-o de acordo com a ‘necessidade’ técnica de cada agremiação, seja do Brasil ou do exterior.
    Mas voltando ao início deste texto proposto para reflexão, a internet serve para postar vídeos promocionais, leiam-se aí jogadas de atletas, cantores, atores, atrizes ou algumas bobagens para todos os gostos. Um dia dá certo e pronto, vem a fama, a fortuna.
     Ano passado o tiro saiu pela culatra, ou melhor, pela webcam, um grupo de jogadores do Santos destrataram torcedores, fazendo menção ao salário que eles ganham no Santos. “O que eu gasto com o meu cachorro com ração é mais do que você ganha por mês”, bradou o jogador Madson, (atualmente joga no Atlético Paranaense), que juntamente com Felipe e Zé Eduardo, o ‘Zé Love’, que foi negociado para fora do Brasil, permaneceram por horas online, não medindo o alcance da repercussão do dia seguinte. Isso são alguns males que a modernidade pode causar nas concentrações. Não se pode, portanto exigir que um atleta profissional, que ganha rios de dinheiro (qualquer jogador razoável não ganha menos do que R$ 40, R$ 50 mil em clube de ponta no Brasil) vá a campo no dia seguinte e acabe com o jogo. Só um especialista em comportamento poderia precisar as conseqüências, mas qualquer leigo pode detectar isso.
  Temos aí nossos filhos, sobrinhos dessa geração que corroboram com o fato de que invariavelmente às vezes, situações acabem por desestabilizá-los, mudam de humor, tratam mal os pais, vão pior ainda à escola, repetem o ano. A explicação é simplista, mas não longe jamais da verdade de nossas afirmações.
    Outro dia alguns comentaristas da Rede Bandeirantes de televisão debatiam a questão da vaidade e do glamour da profissão. Referia-os aos cortes de cabelo do jogador de futebol, extravagância explícita. Não tem como não afirmar que uma sessão num cabeleireiro ou esteticista que dura em torno de quatro horas no mínimo, não interfira no desempenho futebolístico de um jogador de futebol. Interfere até nas ações de um assalariado sim, sem contar ainda com os celulares que enviam e recebe mensagens muitas vezes indesejadas. Para um jovem promissor ou o consagrado não se influenciar com todo tipo de informação, só se tiver uma cabeça muito preparada para absorvê-la. (Foto divulgação)

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