Atletas de Caxias são convocados para seleções gaúcha e brasileira de voleibol



A Universidade de Caxias do Sul – UCS, ao longo dos anos tem se destacado para a formação de atletas principalmente em esportes coletivos como o futsal, voleibol e basquete. De uns tempos para cá tem oscilado entre participar de campeonatos no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná e retirar as suas equipes pela dificuldade de patrocínio, principalmente no futsal, uma vez que a universidade não possui verbas específicas para esse fim.
CAXIAS - Basicamente são mantidos os atletas, masculinos e femininos nas categorias de base graças ao apoio do Fundel e dos pais que mantém associações viabilizando uniformes, materiais como bola, rede, uniformes, viagens, alimentação e transporte para a garotada.
Mas o trabalho dos professores de voleibol Fernando Lemos (feminino) e Rodrigo dos Santos (masculino) aos poucos vem sendo reconhecido no estado e também a nível nacional com as convocações de atletas para as seleções gaúcha e brasileira, masculina e feminina.
Foram convocados os atletas Sabrina Camargo e Érica Camara Gaffuri da categoria Infantil e Carol Favetti, Luiza Kraemer Finkler e Diana Giordani Pontalti da categoria Infanto Juvenil para a Seleção Gaúcha Feminina. Para o masculino os selecionados foram os atletas Fábio Henrique Cardoso para a Seleção Gaúcha e Fernando (Feijãozinho) para a Seleção Gaúcha e Seleção Brasileira.
Para o professor Fernando Lemos das meninas, a tarefa de formar atletas tem sido gratificante e enche de orgulho quem dedica seu tempo em prol de uma causa maior que antes de tudo, formar cidadãos para a vida. “Hoje em dia já podemos ‘garimpar’ as melhores, aquelas que têm potencial para desenvolver uma melhor condição dentro do esporte. Percebe-se pelas atitudes em quadra, pela disposição em treinar com afinco. Trabalhamos os fundamentos principalmente naquilo que a atleta tem de melhor, a sua melhor qualidade. Mas não é fácil, existe todo um sistema adotado aqui dentro da UCS, tentamos da melhor forma possível facilitar para que elas tenham as melhores condições de trabalho. O custo é alto, procuramos auxiliar na questão financeira aquelas que possuem dificuldade nas mensalidades, reduzimos os valores cobrados e o restante fica a cargo da APAVOLEI – Associação de Pais e Amigos do Vôlei, que tem sido de fundamental importante.
Fábio (esquerda) e Fernando
Sobre as atividades e as aptidões de cada uma, deixamos a critério delas descobrir se querem de verdade fazer parte desse esporte. Está cada vez mais difícil manter um grupo numeroso de meninas que querem jogar, estamos perdendo principalmente para outras demandas, internet, condição financeira e o horário em que elas estudam, que muitas vezes se contrapõe aos horários de treinamento. Mas é preciso muito esforço e dedicação se alguma delas quiser realmente seguir em frente”, finaliza.
Opinião semelhante tem o professor da equipe masculina Rodrigo dos Santos, que trabalha praticamente com o mesmo grupo há cinco anos e vem tendo ótimos resultados, apesar de alguns entraves. “A procura pelo esporte diminui bastante, outras atividades estão tirando os meninos das quadras, internet e apropria necessidade de estudar. Sabemos que isso faz parte da vida de cada um, mas para o esporte é prejudicial infelizmente. Existe também a questão financeira, que em minha opinião é a principal causadora do esvaziamento nas quadras e do surgimento de grandes craques. Mas somos sabedores dos esforços dos pais que muitas veze encontram no esporte uma saída para não ‘perder’ seus filhos para a marginalidade como as drogas e as bebidas. Mas as coisas estão acontecendo e esse ano alcançamos grandes conquistas que enchem de orgulho pais, professores e atletas”.
A reportagem ouviu os atletas convocados para as seleções gaúcha e brasileira e pôde conferir como está o moral de cada um depois das indicações. Acompanhe abaixo.
CAROLINA FAVETTI, meio de rede, 1,83, estudante do Colégio Imigrante – “Foi estranho, pois mesmo sabendo do meu potencial, não esperava essa convocação agora, sempre pensei que tinha as condições necessárias para vencer, mas pela pouca idade e por tantas meninas querer a mesma coisa, a princípio não acreditei, mas agora estou realmente feliz. Sinto-me honrada com a indicação, pois sei que nem todos têm essa oportunidade. Agradeço os meus pais e professores Fernando e Ismael, que há dois anos têm me ajudado a desenvolver o meu potencial”.
SABRINA CAMARGO, ponta, 17 anos, estuda no Colégio La Salle/Carmo – “Acho que a convocação veio no momento certo e estou pronta para dar o meu melhor. É muito bom ter esse reconhecimento, sei da minha capacidade e farei de tudo para representar bem a minha cidade onde quer que eu vá. Recebo o maior incentivo dos meus pais, que são minha base segura. Espero sinceramente que tenhamos mais patrocínios e incentivadores para que possam surgir mais talentos para o nosso voleibol”.
DIANA GIORDANI, líbero, 14 anos, estudante do Colégio Imigrante – “A experiência que necessito para seguir no vôlei vou adquirir com essas convocações que vão acontecer ao longo da minha participação nesse esporte. Acredito que essa bagagem de ser convocada para a seleção gaúcha levarei para sempre, pois jogar voleibol está no meu sangue, desde sempre. Quero lutar cada vez mais para vencer nessa modalidade. Já estou há cinco anos aqui na UCS, ganhei alguns prêmios como destaque em alguns jogos e agora está vindo o reconhecimento pela minha persistência. Aos poucos as portas irão se abrir e estarei preparada, tudo no seu devido tempo”.
LUIZA KRAEMER FINKLER, oposto, 14 anos, mora e estuda no Colégio São Rafael em Flores da Cunha – “Essa convocação significa um passo de muitos que pretendo dar ainda. Identifico-me com o esporte e farei o meu melhor, procurando não deixar a bola cair no chão. Agradeço muito ao meu pai Ricardo Finkler, que foi um grande jogador de voleibol e dedico a ele toda a minha evolução e também a minha convocação para a seleção”.

ÉRICA CÂMARA GAFFURI, meio de rede, 16 anos, 1,85, estudante secundarista do Colégio Impulso – “Esta convocação mostra que o meu esforço valeu à pena e que posso jogar de verdade, sair do sonho de poder representar a UCS em competições pra valer. Acho que mereço essa convocação por tudo o que passei aqui dentro da universidade e por ter experiência em seleção acredito estar preparada para jogar bem. Vou dar o meu melhor, mostrar o meu potencial e que não devo desperdiçar essa oportunidade. Agradeço o incentivo da minha família que tem sido fundamental em todos os momentos. Não tenho ídolos, apenas observo os jogos para aprimorar meus fundamentos. Acho que as portas estarão abertas a partir de agora e jogar profissionalmente pode ser um sonho possível de realizar, vai depender apenas de mim”.
(Foto da esquerda para a direita, Luiza, Diana, Sabrina, Carol e Érica)

FERNANDO (FEIJÃOZINHO), levantador, estudante do Colégio Madre Imilda – “A convocação me pegou de surpresa, tanto é que ainda estava de férias na praia, quando recebi um telefonema do treinador Rodrigo, dando conta de uma possível convocação, o que acabou acontecendo. A partir daí, voltei imediatamente, fui treinar para estar à disposição e em condições de encarar mais esse desafio. Acredito já estar em condições de dar esse salto na carreira. Aliás, no início nem pensava em jogar voleibol, estava jogando futsal e fiz um teste. Gostei, continuei e hoje entendo estar colhendo os frutos da minha decisão. Agradeço a oportunidade de jogar na gaúcha e na brasileira. Acredito que a importância é a mesma em qualquer uma e independente de qualquer situação, devo dar o meu máximo”.
FÁBIO HENRIQUE CARDOSO, ponta, estudante do colégio Maria Araci do bairro Santa Lúcia – “Na hora tive uma mistura de surpresa e felicidade, não esperava para este ano, mas se aconteceu certamente foi por merecimento, pois me dediquei para isso. Tenho recebido o apoio dos meus familiares que pedem sempre para que eu jamais desista e evolua com o passar do tempo e a seleção veio numa hora muito boa. Tenho a noção de que a seleção brasileira será uma conseqüência inevitável. Agradeço os meus colegas, o meu treinador também, pois graças a eles tenho a certeza pude desempenhar as técnicas do voleibol e aprender com eles.
Há dois anos treino diariamente e continuo me dedicando para atingir os meus objetivos. Esse ano estamos evoluindo gradativamente e na seleção gaúcha terei a oportunidade quem sabe de jogar profissionalmente em algum clube de ponta do Brasil”.
Os atletas participam das categorias entre 10 e 17 anos, (10 a 13, Mirim, dos 13 a 15, Infantil e de 15 a 17 Infanto Juvenil). Todos ostentam a condição de disputar competições contra qualquer agremiação.
No dia 16 de julho (sábado) a partir das 10h, acontece a fase final da Copa RS de Vôlei na modalidade infantil masculino (14 e 15 anos) na quadra da UCS. As equipes participantes são a UCS, a Sogipa de Porto Alegre, Sinedal e a On Line de Novo Hamburgo. (FOTO PONTO INICIAL)
Por Laudir José Dutra

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